terça-feira, 2 de setembro de 2025

Gerardo António Kimpell Ribeiro

 Gerardo António Kimpell Ribeiro


Distinto violinista, nasceu em Valbom em 1950 e está radicado há anos na Florida (EUA). Frequentou o conservatório de Música do Porto, como bolseiro da Gulbenkian. Aos 15 anos, entrou para o Conservatório de Lucerna, Suíça. Em 1967, foi para Juillard, dando concertos na Europa, URSS e América do Sul. Em 1972 participou no concerto organizado pela Câmara de Gondomar. Tem integrado várias das melhores orquestras mundiais.

Paulo de Passos Figueiras, S. Veríssimo de Valbom – subsídios para uma monografia – 1ª edição do Centro Social e Cultural da Paróquia de S. Veríssimo de Valbom, Gondomar, p. 329




Gerardo Ribeiro é atualmente reconhecido em quatro continentes como um dos mais importantes violinistas virtuosos da sua geração. Tendo realizado recitais nalgumas das mais prestigiadas salas de concerto nova-iorquinas, como Carnegie Hall, Alice Tully Hall e Metropolitan Museum, Gerardo Ribeiro apresentou-se igualmente no Kennedy Center de Washington e é apreciado nos principais centros musicais da Europa, América do Sul e Extremo-Oriente.



Como solista de concerto, Gerardo Ribeiro actuou já com as Orquestras Sinfónicas de Filadélfia, Montreal, Dallas, Lucerna, Barcelona e Cali, as Orquestras Filarmónicas de Zagreb e Antuérpia, as Orquestras Nacionais de Taiwan e Bélgica, a Orquestra da Rádio de Paris, as Orquestras de Hilversum (Holanda) e de Hannover (Alemanha) e com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, entre outras formações de primeiro plano. No domínio da música de câmara, exerceu a direcção artística do Instituto Internacional de Música de Câmara de Munique e actuou no Festivais Internacionais de Música de Marlboro e Lucerna.



Gerardo Ribeiro iniciou os seus estudos musicais com a idade de quatro anos, frequentando depois o Conservatório de Lucerna e a Juilliard School, tendo estudado nesta instituição com Ivan Galamian, Paul Makanowitzky e Felix Galimir. No decurso da sua carreira subsequente, obteve numerosos prémios em destacados concursos internacionais, como os Concursos Paganini e de Montreal, e venceu o Concurso Viana da Mota, em Lisboa, e o Concurso Maria Canals, em Barcelona. Depois de ter ensinado violino na Eastman School of Music, Gerardo Ribeiro integrou o quadro docente da Universidade de Northwestern como professor de violino.



As gravações de Gerardo Ribeiro encontram-se disponíveis nas etiquetas EMI e RCA. No âmbito de um projecto ainda em curso, desenvolvido em conjunto com a RCA, Gerardo Ribeiro tem vindo a gravar a integral das sonatas para violino de Brahms e Beethoven, a par com o Concerto para Violino e o Duplo Concerto de Brahms.


Violino Biografias http://www.musica.gulbenkian.pt/

domingo, 29 de junho de 2025

S. Pedro, Valbom-Gondomar

 S.Pedro, Valbom

 

Conta Paulo Figueiras (1998, p. 137-138) que S Pedro  mobilizava uma das maiores festas de Valbom, no dia 29 de junho. 

 

Na véspera, vários conjuntos musicais e zés  pereiras, percorriam a freguesia, anunciando a festividade.

Na capela, no alto de Ribeira de Abade, no dia de S. Pedro, de manhã,  havia missa  solene.

De tarde, havia  a procissão que descia até até ao rio, depois de percorrer as ruas enfeitadas com tapetes e de passar pelas casas que saudavam o cortejo, com belas colchas  à janela. Os barcos eram festivamente engalanados. No final do século XIX, S. Pedro passearia, mesmo, no rio Douro, a abençoar as diversas embarcações.

 

No século XIX:

 

 

Constituição de um Montepio e encomenda da imagem de S. Pedro.

 

As campanhas piscatórias que constituem a tripulação de oito lanchas, resolveram criar um “Montepio que os auxilie nos momentos cruciais na sua penosa vida, escolhendo para o próximo sábado, dia de S. Pedro, seu patrono” o dia da sua criação. ( JN de 27.06.1889)

 

Nesse mesmo dia “foi inaugurada com toda a solenidade, pelas citadas 8 campanhas de pesca estabelecidas em Valbom, descendo na manhã desse dia, o rio, festivamente embandeiradas, trazendo a bordo, uma filarmónica e algumas crianças vestidas de anjo. Desembarcaram no cais da Ribeira (Guindais), onde, depois, cá fora, organizaram um cortejo que subiu até à Rua do Almada, onde foram, para receber na casa do escultor, Albino Ribeiro da Silva, a imagem de S. Pedro, a qual fora encomendada a este escultor. Colocando-a num barco adornado de belas flores e redes de pesca, reorganizou-se na rua o cortejo de regresso até à Ribeira. Seguiram pela Rua do Almada, Praça D. Pedro, Freiras de S. Bento, Rua das Flores, S. João de Abade. Todas as lanchas exibiam os seus estandartes de seda vermelha, tendo cada uma, o nome do mestre de campanha. No estandarte maior e com letras mais salientes, lia-se “Montepio dos Pescadores de Valbom”. Nesta procissão fluvial, incorporaram-se pescadores da Afurada, Foz, Leça, Matosinhos, Avintes e da Póvoa.” Na Ribeira de Abade inaugurou-se o Montepio ao som da banda filarmónica instalada no coreto.

As autoridades religiosas só deram início às festividades, depois de benzerem a imagem de S. Pedro.

 

1890 – Bandeira de S. Pedro

 

(…) “a campanha que mais rendimento obtivesse com a sua rede de pesca ficaria com a bandeira de S. Pedro em sua posse durante um ano. O contemplado, com o apuramento de 260.145 reis, foi Serafim Fevereiro, da lancha “Senhora da Guia”. O Comércio do Porto, 30 junho, 1890.





Procissão 2008

Procissão 2008

                                                                     Procissão 2008


Procissão 2008
                                                                       Procissão 2008


                                                                             Procissão 2008




Procissão 2008



Procissão 2008



                                                                                   Procissão 2008
Procissão 2008




S. Marçal
Procissão 2008

S. Marçal
Procissão 2008


S. Marçal

Procissão 2008



Procissão 2008

N. Srª Abadia
Procissão 2008


S. Veríssimo

Procissão 2008

N. Sr.ª de Fátima
Procissão 2008

S. José
Procissão 2008


N. Sr.ª dos Navegantes
Procissão 2008


S. Pedro

Procissão 2008



Procissão 2008



                                                                    Procissão 2008

Procissão 2008










                                                                    Capela de S. Pedro







Bibliografia

Figueiras, Paulo, S. Veríssimo de Valbom,Subsídios para uma monografia, 1.ª Edição do Centro Social e Cultural da Paróquia de S. Veríssimo de Valbom, Gondomar.
















quinta-feira, 10 de abril de 2025

Pégadas de Camilo Castelo Branco em Gondomar

 Camilo Castelo Branco e Gondomar

 

 

Camilo Castelo Branco, aos 16 anos, casou com Joaquina Pereira de França, então com 14 anos, “cachopa guapa”[1] a 18 de agosto de 1841, na Igreja de S. Salvador de Ribeira de Pena. Deste casamento nasceu Rosa Castelo Branco.

Joaquina que nasceu em 23 de novembro de 1826, no lugar do Taralhão, concelho de Gondomar,  vem a falecer em 25 de setembro de 1847, com 20 anos de idade, no lugar de Friume, Ribeira de Pena, sem nada de seu.

Camilo, depois do casamento, teria ido estudar para o Porto. A filha Rosa Castelo Branco, nascida a 25 de agosto de 1843, recolhida pelos avós, faleceu em 10 de março de 1848.

Entretanto, Camilo ter-se-ia enamorado de Maria do Adro e depois vivido com Pratrícia Emília do Carmo Barros, no Porto. Desta última relação nasceu, Bernardina Amélia.

Bernardina Amélia, sem que Camilo a perfilhasse, foi criada em Iscariz e mais tarde, apoiada financeiramente por Camilo, entra no Convento de Avé Maria, no Porto, entregue aos cuidados da freira, D. Isabel Cândida Vaz Mourão, com quem Camilo se tinha relacionado, nas tertúlias do Convento.

Em 28 de dezembro de 1865, Bernardina Amélia, com 17 anos, casa na Igreja de Valbom, com António Francisco de Carvalho Guimarães, de 42 anos de idade, proprietário da Quinta do Desembargador, em Valbom, que tinha herdado da mãe, D. Ana de Sousa Loureiro.Esta tinha sido proprietária de uma padaria na Rua da Esperança. De feição liberal, costumava  proteger os presos políticos da Cadeia da Relação. Um destes presos, Dr. Francisco Marques de Oliveira, viúvo, ao sair, casou com ela em segundas núpcias, deixando-lhe, depois, a Quinta  de Valbom. Camilo não esteve presente no casamento. Em carta ao seu amigo Visconde de Ouguela confessa a sua discordância face a este enlace, dada a diferença de idades dos noivos, e ao convívio que tivera com António Francisco de Carvalho, antes de este ter ido para o Brasil, o que o levara a conhecer as suas aventuras amorosas, nas quais foi gerado um filho: António Francisco de Carvalho Júnior. De torna viagem do Brasil, António de Carvalho, volta rico ao Porto, acompanhado de uma viúva de 26 anos.

António Carvalho nascido a 30 de maio de 1823, na freguesia de S. Pedro de Miragaia, era mais velho que Camilo que nascera a 16 de março de 1825. Possuía um estabelecimento em frente ao Convento de Avé Maria, no qual terá conhecido Bernardina Amélia. .

.A atitude de Camilo para com o casal é, mais tarde, reconsiderada. Dirá, ao Visconde de Ouguela, talvez, em 1874[2]



 : "felizmente a minha filha saiu uma criatura angelical, e o marido é um excêntrico que a tem levado a viajar".

Camilo visita a filha em Valbom e escreve-lhe inúmeras cartas. Refere-se extremosamente à neta Camila Cândida, “engraçada trigueirinha”.[3]


Na verdade. Bernardina Amélia e António Carvalho, tiveram dois filhos. Camila e Camilo. Camila viveu em Valbom, passando depois a viver numa casa, ao fundo da Rua da Restauração, para assegurar mais facilmente a sua instrução. É, aí que nasce o irmão Camilo, a 23 de janeiro de 1885, tendo como padrinhos do seu batismo a irmã Camila e o avô Camilo Castelo Branco.

Camila casou no Porto com o clínico da Misericórdia, Dr. Joaquim Urbano Cardoso e Silva.

Camilo Castelo Branco de Carvalho tornou-se negociante, no Porto.

Nas cartas, Camilo lamenta que a filha viva em Valbom, com “ares do campo”, onde se “pode comer pescada às dez da noute, e dormir ao som da orchesta dos mosquitos” (...) mas também se refere ao “feliz socêgo de Valbom”. Reconciliado, chega a exclamar: ”Ai! Valbom! Que delícias te sorriem à beira do teu tanque e nas copas regorgeadas daquele bosque de verdura doirada pelos fructos!” (...) “Respiro lá melhor.”

A quinta “dos Allens”, “do Carvalho” ou “do Desembargador” vem parar às mãos de um outro Desembargador, Dr. Paulo Figueiras, por casamento com D. Maria Júlia Taborda. Hoje pertence aos seus herdeiros.

 



 [1] Alberto Pimentel, a primeira mulher de Camilo, p. 20 e segs

[2] Teófilo Braga, Camilo Castelo Branco, Esboço Biográfico, p. 54, 55. Este nome é significativo e terá tocado Camilo. Camilo do avô e Cândida da freira que a educara. O genro tornar-se-á, até, um prestimoso conselheiro de Camilo.

[3] Teófilo Braga, Camilo Castelo Branco, Esboço Biográfico, p. 54, 55.


Bibliografia:

Paulo de Passos Figueiras, S. Veríssimo de Valbom, Subsídios para uma monografia, 1ª edição do Centro Social e Cultural da Paróquia de S. Veríssio de Valbom, Gonsomar, 1998.

Serafim Gesta ( Mazola), De Gondomar a 1.ª mulher de Camilo, ed. Do autor, 1981.

Camilo de Oliveira, Monografia de Gondomar, vol III, p. 87 a 98, imprensa moderna, lda, 1934

Maria Antónia Neves Nazaré de Oliveira, Os biógrafos de Camilo. FCSH, 2010
















Quinta do Desembargador: 07.04.2025
Foto Fátima Gomes




quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Descoberta em Fânzeres, Gondomar, de Fóssil de planta rara com 310 milhões de anos.

 


Descoberta em Fânzeres, Gondomar, de Fóssil  de planta rara com 310 milhões de anos.

A Universidade de  Coimbra anunciou a descoberta de um fóssil raro, com 310 milhões de anos, identificado no Seixo, em Fânzeres, em Gondomar. Trata-se de uma nova espécie de gimnospérmica primitiva, batizada de Palaeopteridium andrenelii, descoberta pela equipa de Pedro Correia, investigador do Centro de Geociências (CGEO) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com Carlos Góis-Marques, paleobotânico da Universidade da Madeira.

Segundo Pedro Correia, a descoberta dá pistas valiosas sobre a evolução e reprodução de plantas primitivas no Período Carbónico, era, ocorrida no final da Era Paleozóica. Na década de 1940, Carlos Teixeira já tinha identificado uma Palaeopteridium andrenelii  da ordem extinta Noeggerathiales também na região carnonífera do Douro.

“A nova espécie preserva macroesporângios (estruturas reprodutoras), um dos quais ainda contém um gametófito multicelular, oferecendo novas perspetivas sobre a diversidade e paleoecologia das Noeggerathiales. Carlos Góis-Marques sublinha que fósseis deste grupo são raros na Europa e América devido aos seus habitats ecológicos específicos”.

“Esta descoberta não só amplia o conhecimento sobre a diversidade deste grupo enigmático, como reforça a singularidade do registo paleobotânico do Carbónico português, que apresenta um elevado grau de endemismo com importância internacional”, afirma Góis-Marques.

Esta descoberta foi publicada na conceituada revista científica Geological Magazine 





Placa I. Holótipo Mgutad-1121 de Palaeopteridium andrenii sp. Nov. Dos afloramentos da Ervosa (Upper Westphalian D/Upper Asturian, Middle Pennsylvanian) da região de D Miguel, Seixo (Fânzeres), Gondomar, noroeste de Portugal. 1-Vista geral do holótipo (as setas brancas indicam um pecíolo muito desenvolvido, um possível penúltimo rachis). 2–3 - Aumento de caixas retangulares na Figura 1, mostrando detalhes da folhagem (setas brancas indicam a ligação peciolada dos pinos em uma rachis final). 4 – Aumento da caixa retangular na Figura 1, exibindo um macrosporrangio "noeggerathialan" putativo com um provável micropírico (destacado no círculo branco tracejado). 5 - Macrosporrangian, putativo "noeggerathialan", exibindo um gametófito multicelular que se estende da parede de esporos rompidos (setas brancas) (contrapartida holótipo; ver II, 2b).


https://bit.ly/3PJBkLk

https://bit.ly/42pRcdQ

https://bit.ly/3E7uRrh

https://bit.ly/3E7uRrh