terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Património material Gondomarense




Filigrana



Oficina de José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova




                        José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova




                                         Flor em filigrana, José Martins França


                                   José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova


Coroa


José Martins França





                            José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova, Mesquita

Custódia


Alfaias agrícolas








                               José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova


                                                                Foice

Grade


Grade

Grade, Solinho e Rabiça
O seu uso torna-se necessário a seguir ao arado, que deixa a leiva virada em grandes torrões, que a grade, com os dentes virados para baixo, desfaz. Em seguida, a grade é voltada ao contrário e passada pelo terreno para alisar a terra, preparando-a para a sementeira. Necessita também de duas pessoas, uma a conduzir os animais e a outra a rabiça, que aqui é uma peça solta. O desfazer destes grandes torrões de terra pode também ser feito à sachola.



Carro de bois com grade





José Martins França – Tardariz - S. Pedro da Cova


                                    Carros de bois de José Martins Gomes – S. Cosme




O semeador substitui a sementeira manual a lanço e permite regularizar as plantas em  linhas paralelas, para facilitar os trabalhos de sachar e regar, podendo ser de tracção humana ou animal. Tem uma caixa onde são colocadas as sementes, que vão cair, com um cadência regulável, num rego aberto por uma peça em forma de lâmina, existindo depois uma peça que cobre a semente de terra.



Sachador

É puxado por animais e cumpre a função de revolver a terra, através de cinco ferros que a penetram, destruindo ervas daninhas (fazer a sacha). É também usado para fazer a cobertura do adubo e pode ser adaptado para fazer regos de irrigação. Só pode ser usado quando o   milho é semeado mecanicamente, alinhando as plantas. Usa uma canga muito simples, quase sem decoração, usada apenas nos trabalhos do campo, sendo bastante larga para que os animais avancem, lado a lado, mas sem pisar a fileira das plantas.



Sachola
Instrumento primordial para todo o trabalho manual da terra, como a mobilização, abertura de regos, corte de mato, etc. Foi sendo substítuida por máquinas que aproveitam a força dos animais para realizar as tarefas. 


Foicinha

É usada para o corte do milho e de pequenas quantidades de erva, sendo dos trabalhos que menos alterações sofreram, e só muito recentemente foi substituída (em casos raros) por ceifeiras. 






Malhadores a malar o milho


Desfolhada – Cortejo Etnográfico


Construção onde se armazena o milho. Tem uma forma rectangular, estreita e comprida, e as paredes são formadas por ripas de madeira que deixam passar o ar, facilitando a secagem do milho e impedindo que apodreça. É ligeiramente elevada e tem um beirado saliente que impede a subida de roedores.



 Carro para ser atrelado a bois – Casa da família Ramos das Neves – aldeia de S. Miguel – S. Cosme


                        Carros de bois de José Martins França  -  S. Pedro da Cova





                               Carros de bois de José Martins Gomes – S. Cosme






      Jugo da Casa da família Ramos das Neves – aldeia de S. Miguel – S. Cosme

  Catavento – S. Cosme



Carro de água choca – Cortejo Etnográfico


Carro de água choca – os lavradores iam buscar até ao princípio do século a água choca  para fertilizar os seus campos às ilhas do Porto, depois da meia noite.












Moinhos

Os moinhos, no século XIX eram de tal importância que os moleiros estavam isentos de ir à tropa.
Moinho do Vicente S. Pedro da Cova




Moega



                                                                Moega e Mó


Os elementos fundamentais do moinho de água sâo: a água; a mó e o penado.O moinho necessita de água para trabalhar. Esta vem de um rio, ribeiro ou regato através de um canal que se pode fechar ou abrir. Chegada ao moinho, bate no penado - eixo que  se liga à mó superior e que possui no extremo inferir uma hélice de penas - e põe a mó móvel a rodar.  
O cereal é posto na moega indo cair, através da quelha - orifício da mó,  na pedra fixa. A pedra ou mó móvel mói o cereal que cai no soalho limpo onde é apanhado.
O tremunhado é um dispositivo da mó que serve para   moderar a espessura da farinha - grossa ou fina.




Esquema de um Moinho



Rio Douro - Pesca e via de comunicação
Ó Barqueiro traz cá o barco
Traz também a amarração
Que eu quero atravessar
De Avintes pr´a Valbom

o Foral de Gondomar (1515) faz referência à importância deste rio quer a nível da pesca quer como via de comunicação


Fonte: Porto desaparecido - Valbom, praia de Ribeira de Abade

Ribeira de Abade: margens do rio Douro e barco rabelo, em 1964.

Barco rabelo a navegar no rio Douro, fotografia tirada a partir da margem norte do rio Douro, em Ribeira de Abade, Gondomar, com vistas para Vila Nova de Gaia na margem esquerda.

 http://goo.gl/oxRi3T #portodesaparecido #gondomar #douro

[CMP, Arquivo Histórico Municipal]





Barco Rabelo




Este barco tradicional é uma das mais conhecidas e típicas embarcações portuguesas. Destinava-se ao transporte de pipas de vinho pelo Douro até às caves de Gaia, chegando, as de maior porte, a atingir a capacidade para transportar 100 pipas. Não tem quilha e é de fundo chato. Sencivelmente a meio e para a ré elevam-se as apegadas, o castelo onde é manejada a espadela, um remo longo que governa a embarcação. Arma uma vela quadrada e é tripulada normalmente por 6 ou 7 homens. Estas embarcações tem de comprimentos entre 19 e 23 metros e hoje ainda as podemos ver em algumas regatas ou fundeadas nas zonas ribeirinhas da Porto e de Gaia.





Barco Valboeiro com Camareta

Esta curiosa embarcação da zona de Valbom podia navegar tanto no rio como no mar. Apesar de serem usadas na pesca também faziam transporte de mercadorias e passageiros entre margens. Para protecção e conforto dos passageiros utilizavam um pequeno abrigo denominado de camareta. Conforme a sua utilização quanto à carga chamavam-nos de barco das padeiras e barco das toucinheiras.
Uma tripulação de 2 a 3 homens era o suficiente para governar esta embarcação de cerca 18 metros. Armavam uma pequena vela de carangueja num mastro bem a vante e tal como os Rabelos tinham um remo de pá longo em vez de leme.



                                                    Valboeiros - 2009








                                                        Valboeiros - 2009






                                                         Valboeiros - 2009





                                                          Valboeiros - 2009




                                            Peixe - José Martins de França


                                  Trabalho de um aluno



O LINHO EM GONDOMAR.

Embora, actualmente o cultivo do linho esteja extinto no concelho de
Gondomar, foi uma prática muito comum. Existiam as variedades: riga; verdial; galego; coimbrão ou mourisco.
Trabalho do Linho - – Cortejo Etnográfico

Já o inquérito industrial de 1881 apresenta a manufactura do linho como actividade em recessão, com particular incidência nas seus dois principais centros de produção para venda: Gondomar e Penafiel.
No final do século dezanove, só em Fânzeres e S. Cosme chegou a haver 200 teares. No entanto,  esta arte já estava decadente em 1945.
Além dos panos lisos ou dos atoalhados, teciam-se riscados ou cobertas. A manufactura do algodão funcionava domesticamente. Em Rio Tinto, havia vários teares de operários que teciam por tarefa e por conta de comerciantes do Porto
O linho era usado, domesticamente, no fabrico de roupas e enxovais.
Constituia o ganha pão das mulheres menos abastadas





                                                       Ripo em carro de bois

                                           Casa do Sr. Rosas em S. Miguel


Retirado do rio, o linho seca ali perto - é a cora. Depois é levado de novo
para a eira.






                               Cesta de cortiça para deitar as maçarocas
                                       Casa do Sr. Rosas em S. Miguel




FIAÇÃO

É uma operação efectuada por mulheres, sobretudo, nas noites de Inverno.
A maçaroca (espécie de meada) que sai do fuso vai, então, para o sarilho
(espécie de dobadoura) e dobadoura para fazer os novelos, que irão encher

 
As canelas dos teares. 
Conceição Pinho,  Dobar do linho, Edição da Junta de Freguesia de Propeço, Arouca, ( Técnicas Tradicionais do Linho)

                                                                           

Celeste Santos, Fiar do linho, Edição da   Junta de Freguesia de Propeço, Arouca  
( Técnicas Tradicionais do Linho)












Cortiço e espadelas, sedeiro de assedas, roca e fuso.


Sarilho de fazer as meadas e dobadoira de fazer novelos - Casa do Sr. Rosas em  S. Miguel













Na Praça da República , outrora abundante de carvalhos e por isso ainda hoje, denominada de Souto, junto de um refrescante lago ergue-se o painel de azulejos da autoria do Mestre Júlio Resende. 

https://bit.ly/3gIV5Qj

Moinho de Gramido