segunda-feira, 30 de novembro de 2020

S. Pedro da Cova: a Mina depois da Mina

 



                                                           Público, 22 de maio de 2015





 

Apesar do encerramento da lavra das minas, os escritórios continuam a funcionar, já que a Companhia ainda possuía outras concessões, bem como terrenos e imóveis, que precisavam de ser geridos. Chegou a haver mesmo uma tentativa mal sucedida de reativação da lavra das minas, acabando estas por ser vendidas à empresa Terriminas.

 

 

A 22 de maio de 1975. enquadrando-se no espírito revolucionário da época,  a população  mineira que tinha diversos conflitos com a Companhia as Minas, receosa da fuga de património da empresa,  ocupou os seus escritórios, com a solidariedade de estudantes e professores da escola D. Afonso V,  a fim de se apropriar do que achava ser seu de direito.

Este movimento deu origem à criação do Centro Revolucionário Mineiro (CRM).

O CRM fez a gestão da documentação, principalmente dos cadastros, para ajudar a população local, na obtenção de pensões e reformas (por invalidez, entre outras), bem como de outros benefícios aos quais tinha direito.

Desta forma, foi organizado um arquivo no Centro que reuniu toda a documentação referente aos mineiros, permitindo, assim,  a obtenção de pensões às quais os ex- operários mineiros tinham direito.  Com efeito, o CRM, de facto, tinha sido reconhecido pela Direcção-Geral de Previdência, autorizando a  passar declarações várias acerca da situação dos trabalhadores mineiros .





O CRM, enquadrado no espírito revolucionário do PREC, defendia o poder popular, o direito à habitação, à cultura, afinal, os direitos humanos em geral.



















domingo, 29 de novembro de 2020

As Minas de Carvão de S. Pedro da Cova

 

 

As Minas  de carvão de S. Pedro da Cova

 

 












        


          Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921


O complexo das Minas  de Carvão de S. Pedro da Cova foi a mais importante exploração da bacia carbonífera do Douro e uma das mais antigas do país, chegando a possuir 14 minas.

Tudo começou quando Manuel Alves de Brito, em 1795, no lugar do Enfeitador, em Ervedosa pôs a descoberto o carvão e iniciou a sua exploração, mediante licença governamental, na propriedade do padre Manuel Dias.

Mais tarde, a exploração do carvão é entregue a um frade  e ao Dr. José Jacinto que  abriram o poço Carlota.

Em 1802, é nomeado intendente geral das minas, José Bonifácio de Andrade e Silva que, em 1804 ou 1805 obteve o reconhecimento da bacia carbonífera de S. Pedro da Cova, na extensão de um quilómetro , definida em duas camadas de carvão, a da Devesa, próxima ao muro e a da Poço Alto, próximo ao teto, desde Ervedosa até ao Passal. Daqui resultou a abertura de dois campos de lavra: um ao norte, entre Vila Verde e Ervedosa e outro ao sul, entre a Devesa e Passal.  A direção da primeira  lavra foi entregue ao mestre mineiro alemão, João Henrique Gulherme Reese e a da segunda, a Felner, que pouco depois, a deixou, ficando Reese encarregado de toda a exploração.

Nesta altura, é instalado “junto à mina um forno de cal contínuo e outro de tijolo, nos quaes se empregava parte do combustível, com especialidade o carvão miudo, sendo exportado para Lisboa o de primeira qualidade” ( Monteiro e Barata:1889,p.307)

Entre os anos de 1812 a 1820, Reeze abriu o poço Devesa.

Em todos os trabalhos, a água de infiltração acumulava-se em grande abundância, sendo extraída por bombas de madeira, movidas a braço, sendo muito difícil a extração a grande profundidade.

Nesta altura, os trabalhos até cerca de 100 metros de profundidade, eram irregulares e a produção pouco abundante.

A exploração é feita pelo Estado até 1825. Nesta data, o Estado arrenda, por dez mil reis anuais, a lavra das minas de S. Pedro da Cova a uma companhia de Lisboa, pelo período de vinte anos. Esta Companhia continuou os trabalhos sem interrupção , entregando provisoriamente a sua direção a um mineiro chamado Ferreira, enquanto não chegava um mestre mineiro inglês contratado. No entanto, a estada do mestre mineiro inglês é  breve e a lavra acaba por ser entregue a António dos Santos.

Os processos de exploração evoluem muito lentamente, mas a administração vai-se regularizando.

Então, a extração faz-se através de uma longa fila de homens, que passava de mão em mão uns cubos de madeira com o carvão, e a cerca de sessenta metros da boca do poço, é lançado em vagonetas, tiradas até à superfície por quatro bois que fazem girar os malacates.  O escoamento das águas é feito à mão, com a ajuda de bombas aspirantes.(Camilo de Oliveira. 1972, vol. I, p. 213)

Nesta década, abrem-se vários poços: em 1830, o Rebelo e em 1835, o poço Silva, sob a direção de um outro mineiro, José Moreira; em 1837, sob a direção de um novo mineiro, o poço Lodi e mais tarde, o poço Bimbarra.

De 1840 a 45, abre-se novo poço, o Farrobo, sob a direção de José Pezerat, então engenheiro da Companhia.

Em 1847, a Companhia contrata  Casimir Pierre, mineiro prático, encarregado da direção de trabalhos.

Anos mais tarde, a Companhia toma a seu serviço um engenheiro de minas, Scmimitz que vai retomar trabalhos antigos e fazer novas explorações.

No entanto, a necessidade de uma galeria de esgoto compromete o rendimento do trabalho.

Em 1849, as minas de S. Pedro da Cova são concedidas, temporariamente, ao Conde de Farrobo, o qual obtem uma licença definitiva, em 1854 que por pagamento de dívidas passam para  D. Cândida Líbia Pimenta e seu marido, Manuel Joaquim Pimenta, que nunca a exploraram por conta própria.

Até 1852, a exploração foi muito irregular e pouco abundante. O carvão, nesta altura, era vendido aos carreteiros em “Chomage” (tempo passado sem trabalhar)  ( Camilo de Oliveira: 1972, vol. I, p.264)

A partir desta época, a lavra ganha regularidade, tornando-se a atividade  um pouco mais produtiva.

Em 1890, executam-se alguns trabalhos de melhoramento da exploração da mina e processa-se a exploração em camadas mais profundas. O “esgoto e extração continua a ser feito pelos sistemas já atrás descritos, “ mais primitivos e irregulares que conhecemos, sendo para lamentar que uma mina, auferindo tão bons resultados, continue a seguir uma rotina vergonhosa” Camilo de Oliveira:1972, vol I, p. 265)

Mais tarde, o alvará é concedido a Bento Rodrigues que administra a exploração com dinamismo, até 1900. Passam para os antigos proprietários de Monte Alto e Ervedosa, Silvas & Rocha, entre 1910 e 1911. Sucede-lhe uma sociedade constituída  no Porto que integrava o banqueiro José Augusto Dias.

Este é um período conturbado, já que as minas de S. Pedro da Cova lutam com a falta de rendimento pelo facto do transporte do carvão até ao Porto ser muito oneroso, dado o estado intransitável das estradas.

É o capitão Sarmento Pimentel quem dirige a mina, nesta altura, que, todavia, passa por algumas dificuldades de liquidez e falta de capitais. A partir de 1920, com nova administração, a mina é objeto de alguns benefícios de estrutura, mas mesmo assim, continua com tecnologia muito pouco atualizada. Evolui a nível social, construindo uma escola e uma farmácia para uso dos operários. Atribui pensões aos mais idosos.

Nas minas, constroem-se diversos poços com a profundidade de 140 m e a a extensão de 320 m.

Em 1921 abre-se o Poço de S. Vicente que atinge  157 metros de profundidade e que em 1935, é aprofundado, atingindo a  altura de 13 pisos, construindo-se, então, a Torre-Cavalete que se ergue acima do poço com a altura de 6 andares. Este surge da necessidade de posicionar os cabos de suspensão das “jaulas” (elevadores) ao longo da vertical dos poços, com a função de transportar para o exterior o carvão desmontado nas galerias subterrâneas pelos mineiros.



                              Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921

As amplas galerias eram escoradas com madeira de pinho das florestas abundante nas serras vizinhas. A iluminação era feita com candis de azeite porque o grisu era quase inexistente.



                                                           Galeria - Museu mineiro


Os poços são dotados de um caminho de ferro onde se movimentam as vagonetas, tiradas para o exterior por cabos de aço enrolados em malacates, movidos por quatro bois.

Neste período, a exploração opera-se, sobretudo, a partir dos  poços principais Oliveira e Constança.

Na galeria Santa Bárbara, a água dos pisos inferiores era elevada à mão com bombas de madeira aspirantes, de coluna não inferior a sete metros, movidas a braço. O esgoto dos pisos superiores fazia-se naturalmente, suspendendo-se os trabalhos à noite.

 A construção do cabo aéreo inicia-se em 1913 e começa a funcionar em 1916, numa altura em que o carvão vindo da Inglaterra escasseia, devido à Grande Guerra.

No Passal de Baixo, a mineração ocupa uma área de cerca de 45 hectares.

Sempre em busca do necessário rendimento, em 1924, a empresa é transformada em Companhia Anónima Portuguesa para exploração de Combustíveis (CAPEC).

 No entanto, dado os montantes envolvidos na exploração do carvão, as minas não tinham grande rentabilidade, apesar de, a partir de 1920, empregarem mais trabalhadores.

Após 1930, administram a mina, capitalistas do Porto,  passa a denominar-se Companhia das Minas de S. Pedro da Cova. Está apostada na recuperação dos carvões nacionais, pelo que investe em maquinaria moderna. Realizando, então, um conjunto de remodelações de 1933 a 1939, espera, mesmo em condições adversas, colher os frutos do seu investimento.

                           Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940




  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


                
                        Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                     

  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                            
                     Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                      Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                 Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                      Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940

                                  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940



                       Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


                          Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                      Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940 
                    Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940





                       Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940






              Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940




  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940

Encerramento

A Companhia das Minas de S. Pedro da Cova passa por graves dificuldades na década de 1960, sem que consiga evitar a fuga de trabalhadores e a concorrência da energia elétrica e do petróleo.

No entanto, atravessando vicissitudes várias, a Companhia prossegue a sua exploração até 1970, ano em que se vê forçada a reduzir a exploração a uma expressão mínima.

Quando a Companhia Termoelétrica rescinde contrato com as minas de S. Pedro da Cova, esta vê-se obrigada a encerrar. É o que acontece a 25 de março de 1970.

Ficam, ainda, alguns trabalhadores a laborar entre 1970 e 1972 com efeito, apesar do encerramento da lavra das minas, os escritórios mantém-se, já que a Companhia  possuía outras concessões, bem como terrenos e imóveis. Chegou a haver, mesmo, uma tentativa mal sucedida de reativação da lavra das minas, acabando estas por ser vendidas à empresa Terriminas.

A importância do transporte do carvão

CABO-AÉREO



  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940



Esquema do Transportador aéreo, ARPPA nº1, p. 25
                                            Traçado do Transportador aéreo; ARPPA nº1, p. 25



O Cabo Aéreo, teleférico ou funicular aéreo são nomes dados a um meio de transporte em que as cargas a movimentar são suspensas de cabos e deslocadas de um local para outro.

O alvará que autoriza a sua construção  apresenta a data de 20 de Novembro de 1913. Foi encomendado à sociedade alemã Pohlig de Colónia ( representada no Porto por Joh. Hitzemann). o Ministério do Fomento por intermédio da Direção das obras Públicas do Distrito do Porto deu autorização para a sua exploração definitiva em 1916.

 Em 1970, aquando do encerramento das minas, o transportador deixa de funcionar. Deverá ser destruído até 1973.

 O Cabo Aéreo que foi montado para transporte do carvão entre S. Pedro da Cova, Rio Tinto e o Monte Aventino, no Porto, compõem-se, essencialmente de um cabo grosso em aço   - o Cabo Carril - ou - Cabo Via -  onde eram suspensas numerosas cestas, equipadas com roldanas ou rodízios, e puxadas por um cabo mais fino - o cabo trator.

 

O Cabo estendia-se, desde a Mina até ao Monte Aventino, numa distância de 9.100 metros, era suportado por 115 estruturas em cantoneira de ferro - os pegões . O número 1 situava-se no Monte Aventino e o número 115 perto das carregadeiras da Mina.

 Como era necessário passar por cima  de casas, estradas, caminhos públicos e da linha de caminho de ferro, situadas ao longo do traçado do Cabo, e que era necessário proteger  contra os frequentes rebentamentos dos cabos, tinha redes protetoras.

 As cestas transportavam o carvão  para o Monte Aventino e na volta  a madeira destinada às galerias das minas.

Eram  movimentadas, a partir da Mina por uma máquina a vapor, e mais tarde, por um motor elétrico.

Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940

            Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


O carvão depositado nas "tolvas" ou "tremonhas" da mina era descarregado por gravidade através de portinholas, diretamente para dentro das cestas que suspensas dum carril em ferro iam passando à sua frente empurradas manualmente. O cabo trator puxava-as para cima do cabo carril e transportava-as até Rio Tinto.

 

                            Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940
                         




                           Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


                     
                 Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


                       Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940

Aqui, nesta estação intermédia, as cestas eram desengatadas automaticamente do cabo-trator e empurradas à mão. Depois ou eram levadas para os depósitos de armazenamento e empurradas vazias para o local onde seriam de novo engatadas, ou ainda cheias  seguiam para o Monte Aventino.

 

                        Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940



                        Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921

           Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940



No Monte Aventino, as cestas eram desengatadas automaticamente e passavam a ser empurradas à mão suspensas de carris de aço. As vazias eram  levadas para um local onde periodicamente o pessoal as engatava no cabo-trator que as puxava de volta para a Mina.

As cestas eram levadas para o chamado "Circo", local redondo onde o carvão era amontoado.

                                               

                            Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921


       Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


Daí o carvão era transportado em vagonetas para as carregadeiras, donde era

despejado, diretamente, nos carros de bois, zorras ou camionetas que o

distribuíam pelos consumidores.

 

Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940


O carvão era deslocado no terreiro por meio de um "Dumper" e era carregado nas camionetas por uma pá-carregadora mecânica.


                                Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940



                                Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1940

A evolução dos transportes em S. Pedro da Cova começou com a necessidade de alterar o sistema de transporte do carvão que era feito em carros de bois e camiões, quer do Cimo da Serra, quer da Bela Vista.



                                                  Fonte: Conhecer Gondomar

O movimento Republicano de 5 de Outubro  precipitou os factos. Pedia-se o elétrico para S. Cosme fazendo o percurso pela Circunvalação, Rua do Falcão, Valbom - via Fonte Pedrinha e centro de S. Cosme.

No entanto, de 1915 a 1917, pensa-se em construir carris, não para a circulação do elétrico, mas para a circulação de zorras através de Fânzeres. A linha passava por S. Caetano, Santa Eulália e Passal de Baixo que fornecia o carvão para a central.

As Zorras não transportavam só carvão, mas também operários doentes e feridos ao Hospital e postos das Companhias de Seguros.

O Elétrico só ia até Fânzeres. Só em 1924, depois de muitos pedidos é que começa a funcionar o elétrico para S. Pedro da Cova como testemunha o Jornal " A Nossa Terra" de Valbom de 10.2.1924.

A partir de 1946, passa a haver duas carreiras com partida da Praça, obedecendo aos seguintes horários. 


                                                     Fonte: Conhecer Gondomar

importância das minas de S. Pedro da Cova na economia nacional

 

O carvão de pedra só se afirma na indústria nacional  com o advento da máquina a vapor que dele necessita para produzir energia. Assim,  nos finais do século XVII, o carvão de pedra começa a substituir as lenhas e carvão vegetal, nas forjas e ferrarias ( Rocha:1997, p.8)

A questão da exploração do carvão nacional na diminuição do déficit nacional é transversal ao século XIX e XX.

Tendo a indústria mineira o seu arranque no século XIX suscitou todo um conjunto de legislação capaz de acompanhar a sua evolução. Esta indústria está sempre dependente de estudos geológicos do subsolo à capacidade de investimento, das técnicas e mão de obra às questões de mercado, da facilidade de transporte e da legislação produzida. (( Rocha:1997, p.13)

Desde 1757 que as exlorações por conta do Estado tinham sido abandonadas e por conta dos particulares nada se lavrava  (Júnior:1921,p. 6) Em 1764, pelo Alvará de 23 de outubro “foi concedida por quarenta anos a administração das minas a quem as abrisse por sua conta, pagando à Real fazenda o quinto do carvão, ouro, cobre, prata, chumbo, estanho, antimónio e outros metais” . (Diário das sessões de 13 de março de 1939, 2º suplemento ao nº45. Câmara Corporativa. Parecer sôbre a proposta de Lei nº 50.)

Com a criação da Academia Real das Ciências de Lisboa, as publicações sobre o desenvolvimento mineiro proliferam. D.  Rodrigo de Sousa Coutinho e o Dr. José Bonifácio de Andrade criam a Intendência Geral das Minas do reino, em 1801, que tinha como objetivo o desenvolvimento mineiro.

Em 1806, os trabalhos são retomados nas minas de S. Pedro da Cova com o recrutamento de mestres fundidores, refinadores e mineiros  alemães. Estes trabalhos prosseguem, com a partida da família Real para o Brasil, em 1807, quando outros complexos cessam a sua laboração, até 1812,  embora com intervalos, sustentando com os seus lucros outros estabelecimentos. Nesta altura, o facto dos franceses roubarem o cofre das minas no Porto representou um duro golpe.

Quando em 1825, pelo alvará nº 126 de 4 de julho, as minas de carvão de pedra são arrendadas a uma companhia de quatro negociantes, por um período de vinte anos, por dez contos de réis anuais que viria a ser ruinoso, cabe à mina de S. Pedro da Cova, denominada Mina de Carvão de Pedra da Cidade do Porto, por anterior  alvará de 24 de abril de 1821, custear, com o seu rendimento, as despesas das outras minas. Diz a Portaria da Regência de 24 de abril de 1821 ( Joyce:1935, p.78) “E por quanto o rendimento da Mina de Carvão de Pedra da Cidade do Porto, se julga sufficiente para suprir a despeza das outras Minas”

Debatendo a questão do melhor tipo de de propriedade das minas, em 1824, o Intendente, Barão d´ Eschwege defende a fiscalização pelo governo para que não acontecesse o mesmo que se verificava em S. Pedro da Cova, que, ao serem arrendadas, os trabalhos de lavra faziam-se à revelia  das normas , prejudicando de todas as formas o Estado.

A questão Estado-empresa particular é uma discussão constante durante o liberalismo. Questiona-se, então: “se as minas por conta do Estado não deram os resultados esperados, por que motivo as minas de S. Pedro da Cova “renderam para o estado 250 000$000 réis, arrendadas a uma empresa, que as trabalhava com todo o rigor scientífico?” (Decreto com força de lei de 31 de dezembro de 1852, sobre pesquiza, exploração, concessão e inspegção das Minas. B.M.O.P.C.I (nov.1857)p. 157

No entanto, e em 1836, a Intendência Geral das Minas encerra, pelo decreto de 1836 que no seu preâmbulo justifica: “ Este ramo de Industria tem entre nós dechaido progressivamente a ponto de achar-se quase extincto. É fácil descobrir que a origem de tamanho mal procede principalmente de haverem sido administradas as minas por conta da Fazenda Pública. Tal foi o desleixo e infidelidade dessa Administração, que desde o anno de 1802 até ao de 1835 perdeu o Estado a somma de cento e quarenta e dous contos novecentos cincoenta e nove mil trezentos sessenta e um réis, sem contar o custo dos edifícios, e utensílios, nem os ordenados dos Empregados da extincta Intendencia; e isto sem que tenhamos em estado de laboração outras Minas que as de carvão de pedra de S. Pedro da Cova, e estas mesmo porque em virtude do Alvará de Condições de 4 de junho de 1825 foram entregues a uma Companhia por tempo de vinte annos

Já  o decreto 13 de agosto de 1832, que no seu artigo 17º reconhece: “ As Minas de ouro, e prata e de qualquer outro Mineral, são inherentes á Propriedade, e fazem parte dela, salvas as contribuições que se acharem impostas sobre os objetos extrahidos das mesmas”

Pelo decreto lei de 25 de novembro de 1836, autorizam-se as explorações de minas por particulares, o que parece não alterar o panorama da produtividade.

No entanto foi só no período da Regeneração que houve um efetivo desenvolvimento mineiro. O governo fontista atrai, através de legislação o maior número de concorrentes à exploração mineira e cria incentivos como os que são legislados para S. Pedro da Cova e Buarcos, que pela Lei de 1850 foram “isentos de impostos” e sujeitos “à maior renda que se obtiver por meio de arrematação em hasta pública, e por prazos nunca maiores de vinte annos”

Em 1917, na sessão do Conselho de Ministros de dois de maio, coloca-se a questão da necessidade de poupar carvão, “como se faz no estrangeiro”.

Este é um problema acutilante, já que como se salienta na sessão de 12 do mesmo mês, Portugal importa, cada mês, 100 000 toneladas de carvão de Inglaterra. (Oliveira Marques, Terceiro Governo de Afonso Costa)

Neste ano, legisla-se que “o direito de propriedade das minas pertence ao Estado, mas este pode alienar o direito ao aproveitamento dos depósitos ou jazigos...”  Pela lei de 1917, “os concessionários podem perder o direito às concessões se não cumprissem  com os deveres e encargos estabelecidos no ato da concessão.” ( Rocha:1997, p. 106)

No entanto, outra questão a abordar é a da concorrência do carvão nacional com o estrangeiro, sendo de salentar, nesta questão, o Decreto nº 14009, de 3 de julho de 1927 que torna obrigatório o consumo de carvões nacionais nas indústrias.

Já então, algumas fábricas utilizavam o carvão de S. Pedro da Cova, numa proporção de 2.000g de carvão de S. Pedro da Cova, para 1000g de carvão inglês ou noutros casos, 1500 g de carvão nacional para 1000 de carvão inglês, o que se tornava mais rentável do que a única utilização do carvão inglês.

Em 1927, utilizavam o carvão de S. Pedro da Cova, as seguintes fábricas:

A Invencível, Limitada, PortoLda, Albergaria-a-Velha

Companhia Carris de ferro do Porto,Porto (utilizavam exclusivamente o carvão de S. Pedro da Cova, desde cerca de dez anos antes)

Empresa Industrial de Chapelaris, Lda, S. João da Madeira

Fábrica de Guilherme & João Graham & Ca, Porto

Fábrica “Luzostela” – Ferreira &Irmão, Suc.res, Aveiro

Fábrica Mecânica de Chapéus, Henrique Palamares, Cunha, Lda, S. João da Madeira

Fábrica de Branqueação e Acabamentos, Lda, Porto

Fábrica de Fiação e Tecidos de Santo Tirso, Lda, Santo Tirso (consomem carvão de S. Pedro da Cova, desde 1916)

Fábrica de Fiação e Tecidos do Arquinho, A.J.P.Lima, Guimarâes

Fábrica de Fiação e Tecidos Rio Vizela, Lda, Vizela

Fábrica do Bugio, José Florêncio Soares & Ca. Suc.res, Fafe.

Reconhecendo a importância do setor mineiro no desenvolvimento económico, o  Decreto nº29 725 de 28 de junho de 1939, defende que o Estado deve “tomar as medidas necessárias para estimular e até forçar os particulares a não manterem inaproveitadas riquezas que oferecem possibilidades de trabalho para uma população”.

No entanto, a produção de carvão nacional coincide com os conflitos armados, nomeadamente com o período da 1ª e 2ª Guerra Mundial (1914-18 e 1939-45) e com o da Guerra da Coreia (1951-1952).

Embora a 1ª Guerra determinasse uma quebra de exportação para os países para os quais tradicionalmente era exportado o carvão, o valor bruto do mineiro exportado compensava as dificuldades de colocação.

Por outro lado, o facto da marinha mercante, transportadora do minério ser requisitada pelos países beligerantes, gerava dificuldades de transporte.

O ano de 1915, é particularmente frutífero nos valores conseguidos na exportação de carvão, o que é conseguido, principalmente, com o desenvolvimento das minas de S. Pedro da Cova (Boletim das Minas de 1915)

Por outro lado, as dificuldades de transporte do carvão estrangeiro fomentarão o nacional.

As fragilidades de rentabilidade estarão relacionadas com a falta de investimento, debilidade técnica e a busca de lucro imediato.

Pode-se, enfim, afirmar que a importância do carvão português, em geral, e do de S. Pedro da Cova, em particular, prende-se com a conjuntura do Ultimatum, por razões nacionalistas que levavam a recusar o carvão inglês  e com a da 1ª Guerra Mundial e numa segunda fase, com o desenvolvimento industrial português.




                                                          Fonte: Boletim do M.O.P.C.I. e Boletim de Minas.


Como vemos no gráfico, os cavões nacionais, incluindo nestes o Carvão das Minas de S. Pedro da Cova assumiram u papel relevante a partir da década de 1950.

 


Fonte: Inquérito Industrial de 1890; Anuario Estatístico Port; M. R. Júnior e Boletins de Minas Rocha:1997, p.212)

 Como vemos no gráfico, os carvões nacionais, incluindo nestes o Carvão das Minas de S. Pedro da Cova assumiram um papel relevante a partir da década de 1950. Com efeito os plano de fomento industrial do Estado Novo andaram a par com um certo protecionismo dos carvões nacionais. No entanto, já a partir de 1932, são tomadas medidas que possibilitam o aproveitamento energético do carvão de S. Pedro da Cova na Central Termoelétrica da Tapada do Outeiro..  Mais tarde, em 1954, a Empresa Termoelétrica Portuguesa utiliza exclusivamente carvão destas minas.

Se o carvão tem a sua época dourada em meados do século vinte, a partir daí, vai sendo destronado pela energia hidroelétrica e petróleo.

Passados os períodos de maior dificuldade de obtenção do carvão, apenas o de S. Pedro da Cova se consegue afirmar.


Fomento do Carvão



 “O bom carvão de S. Pedro da Cova é negro, brilhante, de reflexo bronzeado, pesado, compacto,  ... duro e seco; arde com chama curta azulada, e desenvolve um cheiro fraco de acido sulfuroso, devido a uma pequena quantidade de pyrite que contem interposta ... e é portanto um carvão mui secco, quai privado de materiaes volateis”. Ribeiro: p. 220)


                                             Fonte. Carlos Ribeiro

 Na verdade,  a cidade do Porto é o mercado preferencial. Com efeito,

“Na cidade do Porto, onde he geral o uso deste carvão desde vinte e tantos anos a esta parte, as casas abastadas servem-se de Fogões de ferro construídos de forma, que huma só Fornalha no centro communica o fogo necessário para cozinhar as diversas iguarias sobre a mesma fornalha e superfície do Fogão; e para aquecer, além disso, hum, ou dous Fornos, e huma, ou duas Estufas, que se fazem aos lados debaixo da superfície dos Fogões: os Fprnos servem para cozinhar assados, e massas; e as Estufas para conservar em conveniente grao de calor as iguarias, que se vão cozinhando(...) Neste género, e para uso do referido Carvão nada iguala os Fogões de ferro fundido.  (...) Finalmente he muito facil, e economico arranjar, e accomodar ao uso deste Carvão ás Fornalhas, e Fogueiras, em que ordinariamente cozinhão as familias menos abastadas, se para esse fim se attender ás recomendações. “(...) (Instruções sobre as qualidades, e prestimo do carvão de pedra das minas de S. Pedro da Cova, Lisboa: Na Impessão Régia, Anno 1829. P.4)

Todavia a angariação de clientes fora do Porto, também, era efetiva:

“O Mercado actual do Carvão de Pedra da Companhia em Lisboa offerece as vantagens seguintes: Primeira; o Carvão, que se vende no seu Depozito, he a Primeira Sorte das Minas de S- Pedro da Cova, o qual pela sua optima qualidade excede infinitamente a todos os outros combustíveis nos usos, para que he proprio: Segunda; no mesmo Depozito vende-se o sobredicto Carvão em quantidades de Fanga, meia Fanga; Alqueire, e meio Alqueire: medida de Lisboa cogulada, e dobrada, de forma que cada Fanga deita oito Alqueires de Carvão estreme; Terceira; o carvão he tranportado, e posto em casa dos fregueses á custa da Companhia, sem que estes tenhão de pagar mais cousa alguma senão o preço regular de quatorze tostões metalicos por cada fanga de carvão: (...) Quinta; para o serviço de grandes Fabricas fornece-se o Carvão, recebendo em troca generos de produção das mesmas fabricas(...(Instruções sobre as qualidades, e prestimo do carvão de pedra das minas de S. Pedro da Cova, Lisboa: Na Impressão Régia, Anno 1829. P.4).

Em 1902, o Engenheiro Carlos Michaelis de Vasconcelos faz experiências de vaporização e consumo do carvão de pedra de S. Pedro da Cova. (Sousa: 1934) Virá a obter os melhores resultados na adoção do carvão nacional na Central Termoelétrica dos Serviços Municipalizados de. Coimbra


A COMPANHIA E OS ASPETOS SOCIAIS

Assistência social

Seguindo um plano de importantes e largos melhoramentos, absolutamente em concordância com as aspirações da moderna sociologia, as minas de S. Pedro da Cova possuem desde já um largo serviço de assistência que principiou com o estabelecimento de uma sopa economica que é fornecida aos trabalhadores das minas e depósitos a um preço minimo; uma cooperativa onde são vendidos aos mineiros e suas familias generos mais baratos do que se os comprassem em outra qualquer parte; uma escola profissional com a duração de tres annos para habilitar devidamente o pessoal a exercer os cargos de capatazes e outros; uma pharmacia magnificamente installada e assistência medica para todo o pessoal e suas familias.

Não estaria completo um tão vasto plano, se a Companhia não tivesse tratado de construir para os seus operários bairros espaçosos e hygienicos, e para os seus empregados das minas casas agradáveis e confortáveis.

Além d´estes melhoramentos é ainda concedido ao pessoal mineiro a reforma e os operários casados recebem um premio por cada filho menor de oito anonos.

São estes emlinhas geraes os grandes aperfeiçoamentos, quer materiaes quer de ordem moral e social, introduzidos ha pouco pela Compnahis das Minas de S. Pedro da Cova que está no proposito de desenvolver ainda mais o plano de melhoramentos, para o que está dotando os poços e as diversas dependencias das minas dos mais aperfeiçoados apparelhos. As pesquizas ultimamente feitas deram resultados excellentes, não só quanto ás disponibilidades do carvão como á sua magnifica qualidade; depois de submettido aos processos mais modernos, poderá o nosso combustivel rivalisar com a melhor anthracite da Pensylvania. (...)

Este extrato do texto que prefacia o Álbum das Instalações da Companhia das Minas de S. Pedro da Cova prova que a angariação de mão de obra é considerada dependente de algumas condições sociais, talvez as que mais se destacassem junto de quem procura melhorar a sua vida, ou porque não aufere o rendimento necessário na terra ou vem de longe carregando o sonho de uma vida melhor.

É evidente que os perigos permanentes, os inúmeros acidentes de trabalho, as doenças profissionais como a silicose, a solidão de quem vem de longe não  se constituem como aliciantes de uma mão de obra qualificada que a extração do carvão exige. Por outro lado, a rentabilidade precária da exploração das minas pode comprometer os salários e prémios que os operários mineiros deveriam ter direito. Talvez, estes aspetos se possam constituir como uma pequena dádiva à espera de colmatar insatisfações e fixar o operariado. No entanto, não esqueçamos que estas infraestruturas fazem parte da propaganda oficial da Companhia das Minas.

                           Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921



Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940

                        Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921

                        Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921



                         Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921


                              Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1921

  Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921








                        Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940


                 Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940



                        Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940


Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940



                         Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940




Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940



Complexo Industrial mineiro

Está ligado à extração do carvão e é testemunha das diversas fases de exploração do carvão.


                                         

Cavalete do Poço de São Vicente – Minas de Carvão de São Pedro da Cova
Projeto – Engenheiro Charles Tournay
Construtor – Engenheiro Fernando Moreira de Sá
Material -Betão Armado


                                          Complexo mineiro - Museu Mineiro


Está classificado como Monumento de Interesse Público, desde 19 de março de 2010.

O Cavalete do Poço de S. Vicente é o elemento que mais se destaca em todo o complexo.

Trata-se do primeiro cavalete em betão a ser construído em Portugal. É, afinal, a marca da comunidade mineira.


       Imagem de Santa Bárbara, protetora dos mineiros, existente no fundo da Mina e hoje albergada por uma pequena capela.

    

Casa da Companhia das minas


Operários Mineiros



Folheto Museu Mineiro
          

Os operários habitam em Gondomar, S. Pedro da Cova em lugares próximas das minas, em casa pequenas arrendadas.

A alimentação dos operários consta de broa, trigo, legumes, peixe e raras vezes, carne, fornecidos pelos estabelecimentos das povoações, sendo várias as formas de pagamento. Em geral, o operário paga quando recebe a féria.

O trabalho subterrâneo é executado por pessoas de diversas idades, sendo muitas, de menor idade, debaixo de altas temperaturas e ar rarefeito.

Os homens desciam para a mina por um elevador (a jaula) nela encastrado. Levavam o farnel ao ombro, o gasómetro numa mão e o machado na outra. (pormenor de uma entrevista a uma ex-mineira, já idosa, 1995).



Greves mineiras



Malteses

Denominam-se malteses, os trabalhadores que vêm de fora da terra na esperança de melhoria de vida. Estes, inicialmente, apenas do sexo masculino, eram alojados em barracas de madeira, de chão de terra, sem água nem luz. O quarto de dormir era partilhado por duas ou três pessoas que descansavam numa tarimba de madeira, cujo colchão era feito de carqueja. Para cozinharem as refeições utilizavam a pequena lareira que guarnecia o quarto. A roupa era guardada numa caixa de madeira.

Em 1920, aumenta  a gente de fora. Esta leva é constituída por homens, mulheres e crianças o que dá origem à necessidade de alojar todas essas famílias. É, então, construído o primeiro bairro mineiro, o bairro do comboio, construído no local onde antes tinham funcionado vagonetas sobre carris.

 

"O Bairro Mineiro faz 100 anos

Com o objetivo de assinalar os 100 anos do Bairro Mineiro de São Pedro da Cova, a Junta da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, o Museu Mineiro e a Liga de Amigos do Museu Mineiro, inauguram a 10 de outubro, pelas 16h30, a exposição de fotografia “100 anos do Bairro Mineiro de São Pedro da Cova”, seguida de um momento musical assegurado pelos “Meninos do Bairro Norte & Vasco Balio”, “Vasco Balio & Balio’s Gang” e pela Banda Musical de São Pedro da Cova (Ensemble)." (publicidade ao evento-outubro 2020)




                          Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921


Testemunho de  Amélia de Freitas, com 85 anos (Sousa:1995):

“Vim morar para o bairro do comboio com a minha mãe, o meu pai e a mais a minha irmã. Depois nasceram mais rapazes. Viemos de Fafe. Tínhamos uma cozinha com lareira e dois quartos. Os rapazes dormiam na cozinha e eu a mais a minha irmã dormíamos num quarto e os pais no outro. Comecei a trabalhar com oito anos nas minas da Borralha e com treze anos nas minas de S. Pedro da Cova. Aqui nesta minas abria buracos  para os poço e acartava terra ao balde”.

Por volta de 1927, é construído um barracão para alojar as mulheres maltesas.

Em 1950, é concebida a primeira Casa da Malta, só para homens,  que substitui  as barracas de madeira, onde inicialmente os malteses eram alojados. Possui um piso pavimentado e sanitários, o que por si só contribuí para uma maior higiene. Além disso, possuí um fogão coletivo.

Casa da Malta – Museu Mineiro

 O Museu é criado em 30 de setembro de 1989, numa das antigas Casas da Malta, que servia de alojamento aos mineiros oriundos de outras localidades - os "malteses". “tem como missão a valorização, divulgação e dinamização do património geológico e mineiro de São Pedro da Cova. Após o encerramento da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, a população orquestrou ações que proporcionavam a recolha de objetos e documentação industrial mineira.” ( folheto da Casa da Malta) 

O edifício, adquirido à Companhia das Minas de Carvão e reconstruído pela Junta de Freguesia da Vila de S. Pedro da Cova, constitui  um ” exemplo vivo da preservação de todo um passado histórico relativo à tradição mineira local bem como à memória coletiva das gentes de São Pedro da Cova”. ( folheto da Casa da Malta) 

Trata-se da única casa da malta ainda existente. Localiza-se em Vila Verde,  sendo da autoria do engenheiro Barreiros Leal, que se encontrava, ao serviço da Companhia das minas na época. Edificada em 1963/64 é já uma construção moderna, com estrutura em betão. Como refere a página da União de freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova “Foi desenhada de modo a adaptar-se à forma do terreno. Revela na sua planta uma simetria quase perfeita, que só na zona dos espaços comuns e no respetivo alçado deixa de existir. A sua forma parece ter sido inspirada no, já então existente, centro de saúde. É um edifício com dois pisos onde a escada se assume como um elemento quase escultórico e o mais importante na organização do espaço. No piso térreo localizavam-se a sala de leitura e de jogos, a arrecadação de bicicletas, lavatórios, sala de refeições, cozinha, quartos de banho, arrecadação de lenhas e dormitório com 24 quartos. O 1º piso tinha capacidade para 28 camas (ou quartos). As condições de alojamento eram reduzidas. Os quartos (pequenas celas) tinham dimensões muito reduzidas, com área suficiente para pouco mais que a respetiva cama. Na sua maioria os quartos possuíam uma janela, acima do campo de visão, talvez por razões de privacidade, embora alguns mineiros afirmassem que era mais uma forma de opressão. “As janelas muito altas, fora do alcance e dispostas numa frequência irritantemente regular, deixam perceber os ambientes opressivos de outros tempos, numa imitação perversa das galerias subterrâneas.” ( Página União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova)

Quando  a Companhia das Minas de Carvão encerra, o edifício fica ao abandono até 1987, ano em que é adquirido pela Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, que o recupera. “ A proposta de intervenção consagrou o princípio da reutilização do edifício sem alterações significativas da sua identidade, mais adequando as suas funções às disponibilidades existentes que criando espaços adequados às novas funções.” ( página da União de freguesias) Desta forma, no piso inferir, fica a área administrativa, o bar, a área de convívio e gabinete de apoio aos antigos operários mineiros, a biblioteca, e sanitários, ficando a restante área destinada ao Museu. No piso superior, contém uma área de exposição, uma zona de reuniões, um espaço destinado ao arquivo documental e “uma memória do primitivo uso, através da presença física, algo desintegrada com as respetivas enxergas.” (idem)  Ao longo do tempo, o espaço foi perdendo a dinâmica inicial, tornando-se cada vez mais “depósito”, com uma coleção visitável quase somente por antigos operários mineiros e seus familiares. Em 2009, começam a ser disponibilizados vários serviços, como: serviço educativo e documental, bem como a organização de exposições temporárias, conferências, formações, entre outras.

Entretanto, a deterioração do edifício criou a necessidade da sua beneficiação bem como a reorganização dos espaços segundo as necessidades museológicas. Assim, em 2012 , com a Liga de Amigos do Museu Mineiro, é elaborado um projeto aplicado pela Junta de Freguesia de São Pedro da Cova que poder ser visitado a partir do dia 25 de Abril de 2012.

Coleção

O acervo do Museu Mineiro de São Pedro da Cova  iniciou-se com a reunião dos objetos, depois do encerramento da mina, em 1970 e da ocupação dos  escritórios da Companhia  pela população local, durante o Verão Quente de 75, dando origem ao Centro Revolucionário Mineiro, onde nasceu, em 1976, o primeiro Museu.

A principal coleção que o Museu recebeu  resultou, assim dos materiais reunidos durante o Processo Revolucionário em Curso (PRC), e é composta por objetos e documentação industrial mineira.

“O Museu Mineiro, com a exposição da sua coleção e da investigação que dá origem ao programa anual, onde destacamos as exposições temporárias, proporciona ao seu público o contato com uma história de milhões de anos.” (Página da União de freguesias)

“A coleção do Museu Mineiro de São Pedro da Cova reúne hoje fósseis animais e vegetais, utensílios e ferramentas utilizados no desmonte, tratamento e expedição de carvão e documentação empresarial da CMCSPC.”. (Página da União de freguesias)

Conta, ainda com uma coleção de  Fósseis doada pelo colecionador Firmino Jesus, do lugar do Passa e  que é composta por:  trilobites, amonites, peixes e ouriços de vários pontos do Mundo, como China, EUA, Madagáscar, Marrocos, Bélgica, França e Espanha.

 


Acervo Documental da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova

Este acervo é composto “por cerca de 8 000 processos de antigos operários, registos de acidentes de trabalho, doenças profissionais, da Caixa de Previdência do Pessoal, cartões do Sindicato de Mineiros, folhas de salários e pagamentos, registo de sansões disciplinares, mapas de produção, plantas técnicas, topográficas e de exploração, registos de indemnizações e fotografias”. (Página da União de freguesias)

 




Coleção Industrial

“Transitou em 1989 para o atual Museu Mineiro e é composta por utensílios e ferramentas utilizados no desmonte, tratamento e expedição de carvão, maquetes e maquinaria, através dos quais é possível demonstrar e explicar não só a exploração subterrânea de carvão em São Pedro da Cova, mas também os processos de tratamento e expedição.

Esta coleção possui também uma vertente antropológica, retratando a vida das famílias mineiras, com a indumentária e objetos de uso quotidiano”. (Página da União de freguesias)


Liga dos Amigos do Museu Mineiro




A associação de caráter cultural, social e política visa a defesa do património histórico que faz parte da história coletiva do povo de São Pedro da Cova, tendo como  lema “ guardar o passado no presente para termos memória no futuro.  

Tem como missão:
Contribuir para o alargamento, dinamização e divulgação do espólio material e imaterial da Casa da Malta / Museu Mineiro;
Desenvolver esforços no sentido de melhorar as peças expostas, ou em reserva museológica, do Museu;
Trabalhar pelo alargamento do espaço museológico de São Pedro da Cova, no sentido da criação de um Museu Território;
Lutar pela preservação de todo o Património Mineiro;
Estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas, de provado interesse da nossa atividade;
Promover trabalho voluntário;
Promover a recuperação e conservação das instalações da Casa da Malta / Museu Mineiro e suas coleções.

Colaborar na gestão do Museu através do entendimento entre a Junta da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova e a  sua Direção.  

 



Operários Mineiros

Os operários habitam em Gondomar, S. Pedro da Cova em lugares próximas das minas, em casa pequenas arrendadas.

A alimentação dos operários consta de broa, trigo, legumes, peixe e raras vezes, carne, fornecidos pelos estabelecimentos das povoações, sendo várias as formas de pagamento. Em geral, o operário paga quando recebe a féria.

O trabalho subterrâneo é executado por pessoas de diversas idades, sendo muitas, de menor idade, debaixo de altas temperaturas e ar rarefeito.

Os homens desciam para a mina por um elevador (a jaula) nela encastrado. Levavam o farnel ao ombro, o gasómetro numa mão e o machado na outra. (pormenor de uma entrevista a uma ex-mineira, já idosa, 1995).

Trabalho de Mulheres


                                        Mulheres a empurrar uma vagoneta - Museu Mineiro


                    Fonte: Álbum Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova - as suas instalações, 1921


As mulheres que trabalhavam nas minas de S. Pedro da Cova, faziam-no só no exterior.  O Decreto Lei nº 8. 804, de 20 de setembro de 1937 proibia o trabalho das mulheres no subsolo: “ Nenhum indivíduo do sexo feminino seja qual for a sua idade, poderá ser empregado em trabalhos subterrâneos.

Desta forma, as mulheres, “escolhedeiras” ocupavam-se d o carvão em bruto, tal como saía da mina, frente a uma mesa comprida e rolante, retirando  tudo o que trazia agarrado como madeira ou pedra. Depois de retirada esta matéria “estéril”, o carvão entrava numa máquina de trituração, onde  eram esmagadas as pedras maiores. De seguida, seguia para o terreiro onde as britadeiras britavam os pedaços mais pequenos, e era separado o carvão, conforme a qualidade.

Escolhido o carvão, o estéril (resíduos não aproveitáveis) era carregado em vagoneiras para o depósito do “Alto do Gódio”.

 

Doenças profissionais


 Os mineiros de S. Pedro da Cova eram expostos  a todo o tipo de poeiras, sem nenhuma proteção.

Só, por volta de 1950-60, se começa a falar da “doença do pó”, a silicose, doença grave e mortal.

Nesta década, vários operários apresentaram queixa em tribunal, tendo como resposta  o despedimento.

Mais tarde, o mineiro silicótico obtinha uma pensão de “desvalorização”, ou seja, incapacidade física causada pela mina. Estas pensões eram pagas pelas companhias seguradoras, pela Companhia das Minas, ultimamente pela Caixa Nacional de Doenças. No entanto, o grau de incapacidade era desvalorizado e o valor das pensões irrisório.

No entanto, os mineiros estavam sujeitos a outras doenças como as relacionadas com o parasitismo intestinal, devido à água inquinada e pouca higiene verificada no interior  e exterior das minas.

Diz Serafim Gesta, num opusculo que publicou à sua conta, ( Gesta: 1985) sem todavia citar fontes, que em 1926, a Inspeção sanitária do Trabalho, num ofício dirigido à Companhia  das Minas que se impõe tomar medidas para debelar a doença, como cuidados com água e sujidade das mãos. Os mineiros queixam-se de comichão nos pés e pernas o que poderia ter a ver, aventa a Inspeção com água inquinada e sujidade das mãos, ao ingerir alimentos. Ordena-se que os mineiros usem calçado grosso e que se lavem sempre que deixam o trabalho e que bebam água fervida, bem como a instalação de balneários e que nas latrinas (baldes de ferro) se lance cal viva ou leite de cal, depois de serem usadas para defecar, impondo-se multas a quem não o cumprir.

No entanto, este problema estudado pelo médico Carlos Ramalhão afeta mais os mineiros que vivem anos sucessivos no interior das minas, tendo a sua origem no ar infestado e na humidade facilitadora do desenvolvimento da larva.

Com efeito, o que é referido por Carlos Ramalhão no Congresso Nacional de Medicina, foi-nos testemunhado por vários mineiros que trabalhavam no fundo das minas totalmente nus ou nus da cinta para cima, dadas as temperaturas verificadas, descalços, comendo a bucha sem preocupações de limpeza e fazendo as suas necessidades onde calhava, já que poucos poços eram dotados de retrete. (

 

Malteses

Denominam-se malteses, os trabalhadores que vêm de fora da terra na esperança de melhoria de vida. Estes, inicialmente, apenas do sexo masculino, eram alojados em barracas de madeira, de chão de terra, sem água nem luz. O quarto de dormir era partilhado por duas ou três pessoas que descansavam numa tarimba de madeira, cujo colchão era feito de carqueja. Para cozinharem as refeições utilizavam a pequena lareira que guarnecia o quarto. A roupa era guardada numa caixa de madeira.

Em 1920, aumenta  a gente de fora. Esta leva é constituída por homens, mulheres e crianças o que dá origem à necessidade de alojar todas essas famílias. É, então, construído o primeiro bairro mineiro, o bairro do comboio, construído no local onde antes tinham funcionado vagonetas sobre carris.

 

Testemunho de  Amélia de Freitas, com 85 anos (Sousa:1995):

“Vim morar para o bairro do comboio com a minha mãe, o meu pai e a mais a minha irmã. Depois nasceram mais rapazes. Viemos de Fafe. Tínhamos uma cozinha com lareira e dois quartos. Os rapazes dormiam na cozinha e eu a mais a minha irmã dormíamos num quarto e os pais no outro. Comecei a trabalhar com oito anos nas minas da Borralha e com treze anos nas minas de S. Pedro da Cova. Aqui nesta minas abria buracos  para os poço e acartava terra ao balde”.

Por volta de 1927, é construído um barracão para alojar as mulheres maltesas.

Em 1950, é concebida a primeira Casa da Malta, só para homens,  que substitui  as barracas de madeira, onde inicialmente os malteses eram alojados. Possui um piso pavimentado e sanitários, o que por si só contribuí para uma maior higiene. Além disso, possuí um fogão coletivo.

Casa da Malta – Museu Mineiro



                                                    Foto – Folheto Museu Mineiro


 O Museu é criado em 30 de setembro de 1989, numa das antigas Casas da Malta, que servia de alojamento aos mineiros oriundos de outras localidades - os "malteses". “tem como missão a valorização, divulgação e dinamização do património geológico e mineiro de São Pedro da Cova. Após o encerramento da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, a população orquestrou ações que proporcionavam a recolha de objetos e documentação industrial mineira.” ( folheto da Casa da Malta) 

O edifício, adquirido à Companhia das Minas de Carvão é reconstruído pela Junta de Freguesia da Vila de S. Pedro da Cova, constituindo  um” exemplo vivo da preservação de todo um passado histórico relativo à tradição mineira local bem como à memória coletiva das gentes de São Pedro da Cova”. ( folheto da Casa da Malta) 

O espaço guarda os bens móveis possíveis de recolher à época do encerramento da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, apresentando também uma seção geológica através da exposição da coleção de fósseis e pedras de carvão.


                              Enormes roldanas colocadas na torre-cavalete que movimentam a jaula.




Fonte: Álbum da Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. As suas instalações, 1940




Esquema de funcionamento do elevador da mina




Zorra - Museu Mineiro





                                                          Título da Companhia das Minas





Aviso de Encerramento das Minas de S. Pedro da Cova:

 Por manifesta impossibilidade económica de continuar  a exploração destas Minas, em virtude do cancelamento das expedições para a Central da Tapada do Outeiro, e se terem gorado as negociações com a companhia Portuguesa de Eletricidade para a sua integração, sou encarregado de transmitir a todo o pessoal que a Ex.mª Administração desta Companhia resolveu, ontem, parar a laboração destas Minas a partir do dia 25 do corrente mês (exclusive´)


Minas de S. Pedro da Cova, 4 de Março de 1970

(assinado pelo engenheiro diretor técnico)


Fontes:


Fontes Escritas

Arquivo do Centro de Documentação e Informação da Universidade Popular do Porto

 - Projecto Memórias do Trabalho – testemunho do Porto laboral no século XX

 (Arquivo CDI-UPP)

´Fonseca, António, As minhas memórias ( manuscrito)

 

Fontes Orais

- Entrevista a António Fonseca, realizada por mim, em 1988.

Publicações Periódicas

Comércio do Porto – Fevereiro e Março de 1946.

Jornal de Noticias – Fevereiro e Março de 1946.

A Batalha – Julho – Setembro de 1923

O Diálogo – Fevereiro de 1975

Webografia

Cronologia 1900-2002, centro de documentação movimento operário e popular

do Porto, Universidade Popular do Porto, em http://cdi.upp.pt/ - - 29.11.2020

Museu Mineiro, Rota dos museus, disponível em: http://www.roteirodeminas.pt/point.aspx?v=78cb72d6-47fe-4847-848d-0fd9248a137f ( novembro, 2020)

Página da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, disponível em:

https://www.fanzeres-saopedrodacova.pt/index.php/noticias-2/noticia/64-rotativo-topo-museu-mineiro/1969-museu-mineiro - 29.11.2020



Audiovisuais

SIMÕES, Rui. São Pedro da Cova. Portugal, Real Ficção, 1976.

Bibliografia

ALMEIDA , Marques, Arqueologia Industrial  - O transportador aéreo – S. Pedro da Cova, rio Tinto, Porto,  ARPPA, nº1, 1987

 

Boletim da A.E.C.N.P., nº 4, ano III, 1929

 

Castro Lúcia, GOMES Fátima, Subsídios para a História das Minas de S. Pedro da Cova, Trabalho policopiado, Porto, FLUP, 1980.

 

CASTRO, Maria Emília, A Zorra Mineira de S. Pedro da Cova, 1962

 

Companhia das Minas de S. Pedro da Cova. As suas Instalações, Álbum, 1921

 

Companhia das Minas de S. Pedro da Cova. As suas Instalações, Álbum, 1940

 

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