ASSOCIATIVISMO
Coleção particular - arquiteto Espinheira Rio
Centro Democrático Luz e Esperança Pádua Correia, em
Valbom
O Centro Democrático de Instrução Luz e Esperança Pádua Correia foi
fundada em 1904, em casa de Francisco António de Campos e Silva. Em 1905
passou a chamar-se Grupo Dramático e
Recreativo de Instrução Luz e Esperança, tendo como patrono Pádua Correia.
Teve com fundadores Cosme Norberto, Serafim de
Almeida Ramos, Ernesto Cardoso Ferrão, José da Silva Neves, José Gameiro da
Costa, Américo Teixeira Ferreira da Silva, João Monteiro de Meireles, Delfim
Ramos de Castro, Daniel Teixeira das Neves, José Ferreira Pinto (Salamondes) e
Alberto Formigo. Através da escola que possuía, desempenhou um importante papel
na instrução e propaganda republicana.
Em
Outubro de 1910, festejou o advento da República com uma festa de arromba.
(A. B. P.M. P., O Progresso de Gondomar, nº
36, 9 de Outubro de 1910, p. 2) Aí funcionou o primeiro posto do registo
civil, em Valbom. Na sua inauguração em que se descerrou um retrato do Dr.
Teófilo Braga, estiveram presentes entre outros Miguel Verdial. A festa foi
abrilhantada pelo grupo do Centro
Musical Republicano Valboense.
( A. B.P. M. P., O Combate, nº 2, 16 de Abril de 1911, p. 3)
Centro Republicano e Democrático de Fânzeres
Segundo Camilo de Oliveira terá nascido em 1905.
Segundo os autores da Monografia de
Fânzeres, em 5 de Outubro de 1908, talvez, apenas, uma data simbólica.
A verdade, é que os republicanos
conseguem ser eleitos para a Junta de Fânzeres, em 1905.
Os primeiros associados republicanos, entre os quais se destaca Ferreira Calisto, reunir-se-iam nas
casas dos seus membros. Desta
forma, pode dizer-se que o Centro nasceu
como organização na Travessa da Alvarinha, em casa do Sr. José Miguel e dali
transitou para a rua do Valado, para a casa de Primo Loio.
Como é natural, festejou a
implantação da República em 1910.
Durante a Monarquia
do Norte, em 1919, os seus membros foram objecto de perseguição, sobretudo
o ourives José Ferreira,
presidente do Centro, nessa altura.
Vencida a Monarquia do Norte, em 1919, adquire, por arrendamento, o edifício, na Rua da Igreja, onde ainda hoje
permanece e fazem a “mudança do mobiliário”. Também pretendem prestigiar
o Centro proibindo que se urine à porta e que se jogue bilhar com tamancos ou
de pé descalço.
Na Primeira República,
conviveu, sobretudo por correspondência com o Centro Republicano da Rua
Almirante Reis, com Afonso Costa, e outras figuras dirigentes do País.
Comemoravam sempre a República, o dia de Portugal
com discursos, sendo
alguns proferidos por Joaquim Godinho. (MAGAHÃES, Albano, D´ARMADA, Fina e CORREIA, Natália, Monografia da Vila de
Fânzeres, J.F.F, 2005 , p. 304/305.)
ESCOLA
DRAMÁTICA VALVOENSE
Fundada a 4 de Agosto de 1905, adoptou o nome
“Escola Dramática Juventude Valboense”: O seu lema “Instrução,
Recreio e Beneficiência”, espelha bem o ideário republicano.
A Escola Dramática Valboense, com bandeira,
desenhada por Francisco Mendes de Oliveira e confeccionada pela professora de
bordados, portuense, Adélia Flores, apela, acima de tudo, à vida dos campos e
de um presente que se quer esperançoso. Possui uma estrela que reflecte candura
da inocência, a lealdade de rectidão, o altruísmo da mocidade, o azul do céu e
o vermelho, cor do sangue que redime uma pátria e liberta um povo. (A. B.P. M. P., FIGUEIROA, Lino Vitória,
número único, comemorativo do VIII aniversário da Escola Dramática Musical
Valboense, 3 de Agosto de 1913, p. 4 ) Tem “um
tríplice objectivo: a Caridade, que desde o seu início tem alimentado com
transcendente devoção e inabalável constância levando ao regaço de centenas de
desprotegidos parcelas de alegria e de conforto; a Instrução, que desenvolve
tanto quanto em suas forças cabe, bastante lhe devendo esta terra pelo muito
que nela tem estimulado e difundido a Educação Artística a qual lhe tem
merecido muitos especiais cuidados; e a Diversão, facultando aos seus
associados, e a todos os nossos conterrâneos, em geral, momentos de indescritíveis
delícias espirituais” (…) (A.
B. P. M. P., Vitória, número único,
comemorativo do VIII aniversário da Escola Dramática Musical Valboense, 3 de
Agosto de 1913.) Segundo o articulista A. Amado a escola justificava-se porque “pela caridade se eleva o Homem em comum,
abolindo melhor que todas as leis essas distinções odiosas estabelecidas pelo
nascimento” (…) “ao se levantar o
nível moral das sociedades cultivando-lhes a Inteligência e iluminando-lhes a
Razão” (…) “escancarando ao povo de
par em par as portas da vida, habilitando-o à contemplação das maravilhas da
Natureza, ensinando-nos a todos a amplitude dos nossos deveres e os limites dos
nossos direitos, dizendo-nos qual a relação que existe entre o indivíduo e a
sociedade, orientando a nossa conduta, dirigindo ou corrigindo os nossos
sentimentos naturais, sopeando os nosso ímpetos, enfim, amoldando-nos e
afeiçoando-nos para o Bem; finalmente a Diversão, fomenta a sociedade dos
homens, promove a sua aproximação, além de retemperar os ânimos obtidos pelas
lides quotidianas, com sensações novas, variadas e aprazíveis”.
Efectivamente a Escola Dramática além de
organizar brilhantes e instrutivos espectáculos e festas cívicas, distribuía
donativos aos pobres da freguesia, na altura da Páscoa. Era, também um posto de
distribuição de leite, Lactário, às
mães necessitadas.
Funcionou, inicialmente, numa casa na
Capadeira, como nos revela Delfim R. Castro no “Vitória”, ( Vitória, 1913) que trabalhava
arduamente ensaiando e fazendo os cenários, “reunindo fraternalmente”. Daí o lema “União, Progresso e
Fraternidade”. Em jeito de balanço refere que a Escola deve ter promovido até
1913: 100 espectáculos e saraus, 7 bodos aos pobres da freguesia, 5
espectáculos em benefício e duas festas patrióticas – uma em honra de Luís de
Camões e outra de A. Herculano, duas importantes personalidades da temática
republicana.
Em 1909, mudou-se para o lugar das Camboas,
hoje Rua Alexandre Herculano, num edifício térreo, mais tarde ampliado e dotado
de um salão teatro. O nome que incluía “Juventude” passou para “Musical”. Em
1914, comprou terreno para um edifício próprio. Adquiriu, então, um
cinematógrafo sonoro, com projecção a gasogénio, tornando-se o primeiro cinema
de Gondomar.
A escola para melhor chegar junto da população
que queria influenciar não descurou a elaboração do Hino, encomendando a letra
a Augusto de Castro e a música ao maestro Jacinto Figueiras, regente da Banda
da Guarda Republicana e da Tuna da União dos Empregados do Comércio. Acolheu
muitas vezes grupos do Porto e de Avintes para dar mais brilho à sua missão.
No entanto, a própria associação possuía uma
Tuna.
Tinha por hábito realizar espectáculos em benefício
de necessidades várias como a que é relatada no jornal Vitória do 8º aniversário, em benefício de Joaquim Semana,
tuberculoso.
Dá a mão a uma série de associações. É o que
acontece, em 1912, aquando da fundação do Centro
Republicano Radical que realiza a sua festa de inauguração na Escola
Dramática na noite de 4 de Outubro, com uma crescente inscrição de sócios. (A.
B. P.M. P., Combate, nº 25 Agosto, 1912)
Possuía uma comissão de senhoras para a
realização de festas ou movimentos de carácter altruísta. D. Maria da Glória
Barreto Costa, esposa do médico, denominado “João Semana de Valbom” pela sua
bondade e dedicação, cognominada “avozinha da escola Dramática”, presidiu,
várias vezes a essas comissões.
Palco da Escola Dramática
Musical Valboense, relevando autores ligados ao drama e poesia: Gil Vicente;
Camões e Garrett e Marcos Portugal, músico
e compositor português que acompanhou D.
João VI para o Brasil, sendo professor
do seu filho mais velho D. Pedro. É-lhe atribuída a autoria do "Hymno Patriótico de Portugal", em
1809 e e da primeira versão do hino de independência do Brasil. A segunda
versão crê-se ter a a autoria do próprio
D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal.
Centro Democrático Recreativo da Venda Nova
Foi idealizado em 1911. Tinha biblioteca; jogos;
conferências educativas e festas locais. As adesões tiveram a sua primeira sede
na Farmácia da Venda Nova, onde poderiam ser entregues livros instrutivos. (A. B. P.M.
P. , O Combate, nº 2, 16 de Abril de 1911, p. 2)
Clube
Gondomarense
Bandeira do Clube
Foto: Maria Gomes
O Grémio Aurora e Juventude parte de
uma ideia de amigos que tinha à frente António Ramos Lobão, cerca de 1903. Em
1905 torna-se no Clube Camoneano Gondomarense, um nome que indica logo à partida
os seus objectivos, instrutivos segundo as ideias defendidas pelos
republicanos, de exaltação da pátria de Camões. O lema “patriotismo e
Instrução” é a sua meta.
Reunia, num prédio de Serafim Pinto dos Santos,
em Quintela, pessoas de destaque como Ramiro Sousa, António Garrido, António de
Castro, António Ramos Lobão e outros. Em 1908, o administrador do Concelho
Joaquim Manuel da Costa é admitido e em 1909, D. Luís Pizarro de Porto
Carrerro.
É, também, em 1908, que o clube se divide: uma
parte adere ao Círculo Católico e outra ao Clube Gondomarense que muda para o
lugar de Quintã, fronteiro ao Círculo Católico.
O clube possui além da sala de jogos, uma
biblioteca para a qual contribuem os irmãos Lobão e D. Guilhermina Guiddy.
Entraram para o clube além de muitos outros
nomes de destaque, Manuel Ribeiro de Almeida e o padre Augusto Guilherme Silva
Maia, cuja orquestra abrilhantava os espectáculos.
Em 1910, uma comissão que integra Manuel
Ribeiro de Almeida, da Cónega, José Pereira de Sousa de Pevidal, António
Gaudêncio Correia, do lugar da Boca, Joaquim Duarte Lopes, da Prelada e
Celestino Cândido de Seixas e Silva, da Companhia das Minas de Carvão de S.
Pedro da Cova conseguem que o clube mude para o lugar da Boavista.
O novo edifício é inaugurado em 1910. Na
inauguração do novo edifício, presta-se homenagem à acção de Joaquim Duarte
Lopes. (A. B. M. P.,
O Progresso de Gondomar, nº 9, 3. 04.1910) Foi representada, então, a peça de teatro
“Porta falsa” e “Sustos”, para crianças e a opereta “Bocaccio na Rua”,
orquestradas por A. Maia.
O Club integrava a elite política monárquica
gondomarense e após a República, republicanos de elevada instrução e intervenientes
na política local que procuravam cumprir a divisa do seu estandarte “Fiat Lux”,
ou seja uma busca de luz e conhecimento, vinda da antiga filosofia iluminista
liberal. Possuía um corpo cénico que procurava cumprir o tema da conferência
proferida naquele clube por Camilo de Oliveira: “ O Teatro e a Escola como
Fontes de Civilização”. Dele faziam parte D. Leopoldina Ramos Cardoso, D.
Margarida Dias, D. Albertina Pereira, António Martins Fernandes, Germano José
de Castro, Agostinho Silvestre Cardoso, A. Ramos Lobão, António Camelo, Manuel
Marques, António Nunes, António Timóteo Gonçalves e outros. A música estava a
cargo da orquestra do Padre Augusto Maia, fundada em 1906.
De 1908 a 1920, coube ao maestro José Martins
de Moura compor diversas operetas. (A. C. G. , Clube Gondomarense, edição da
Comissão das Comemorações do 75º aniversário, Nº único, Novembro de 1983, p. 7)
Desde sempre tentou elevar o nível cultural
dos gondomarenses, cumprindo o refrão “ Por Gondomar” referido no seu hino,
criando aulas de instrução primária, cursos de desenho, cursos de dança e de
música, para o que foi comprado um piano.
Chegaram, mesmo, a decorrer no Club, aulas
oficiais, enquanto a escola primária do Souto estava em obras.
Promoveu saraus literários de beneficência,
mesmo antes de possuir o seu salão teatro com capacidade para 350 pessoas.
Organizou rifas para distribuição do bodo aos pobres em S. Cosme, no Natal.
De 1916 a 1920, promoveu as primeiras sessões
públicas de cinema de S. Cosme.
Em 1917, nasce, aqui, o Orfeão de Gondomar,
que aí ensaiou largos anos. A Tuna Musical Gondomarense, já desaparecida,
partiu, também, do Club Gondomarense. Fez parte da comissão que se mobilizou
para trazer a luz eléctrica e a Escola Comercial e Industrial para S. Cosme.
Os sócios emigrantes, através de benesses
pecuniárias, contribuem muito para o progresso do movimento associativo, como é
o caso de João Pereira d`Aguiar, emigrado nos E.U.A.. Também, António Martins
de Moura, de origem humilde, mas tendo granjeado fortuna como emigrante, sócio
honorário do Club, dispôs-se a instituir, a expensas suas, uma escola primária
e uma escola industrial para os associados e seus filhos. (
A. B. P. M. P., O progresso de Gondomar, nº 3
27. 03.1910 ) Foi nomeado o professor António Joaquim de
Sousa para as aulas de instrução primária nocturna.
Em 1911, hasteia a sua bandeira azul e branca
para solenizar a realização de um comício republicano que se realizou em
Gondomar, sendo criticado, então, devido à cor da bandeira. (A. B. P. M. P, O Combate nº1, 16.04.1911, p.2) No
entanto, a provar a sua veia republicana, adere às comemorações do Cinco de
Outubro.
Em 1913, estende a escola primária a não
sócios.
Enquadrando-se na dinamização da importância
do desporto, organiza em 1912, uma corrida de bicicletas até à Barraca, em Jovim,
na categoria de fortes e fracos.
Passa a ensinar gratuitamente Inglês e
Francês.
Em 1919, é remodelado, devido ao contributo do
seu director Gabriel Marques, em grande parte, a expensas próprias.
Fica
apetrechado com bar moderno e bilhar. Continua a dar seguimento ao epíteto de Camoneano, com que iniciou a sua
actividade, ligada, sobretudo, à arte e às letras promovida através dos saraus dramáticos musicais frequentados
pela fina flor de Gondomar.
Orfeão de Gondomar
O Coral do Orfeão de Gondomar fez a sua
primeira apresentação em 21-11-1920, sob a direcção do maestro José Moura em
colaboração com o corpo cénico e orquestra da Escola Gondomarense. Dada a falta
de sede, ensaiava e realizava recitais no Clube Gondomarense. (Clube Gondomarense, Edição da Comissão das
comemorações do 75º aniversário, p. 11)
Grupo Dramático e de Recreio da Mocidade
Valboense
Em 31 de Novembro funda-se esta nova associação,
com sede no lugar da Culmieira, com
finalidade beneficiente e recreativa, pelo que possuía um grupo de teatro. Em
1928, contava já com 280 sócios.
Associação Recreativa Valboense Luz e Vida
Foto Maria Gomes
Em 1922, surge, na Travessa de S. Veríssimo, denominado Grupo Dramático Valboense Luz e Vida, com fins essencialmente culturais. Hoje, Associação Recreativa Valboense Luz e Vida, localiza-se na Rua Dr. Albino Montenegro.
Clube Naval Infante D. Henrique
O Clube Naval Infante D. Henrique, inicialmente
“ Escola Naval Infante D. Henrique”, foi
fundado em 4 de Julho de 1925, em Valbom, por um grupo de aficionados que se
costumavam reunir na Escola Dramática. Escolhem como patrono D. Henrique,
iniciador das descobertas portuguesas, um período muito querido pela 1ª
república e como símbolo, a Cruz de Cristo, que identificava as embarcações
portuguesas.
A bandeira foi oferecida ao Clube por uma
comissão de emigrantes brasileiros que pretendiam que ela tivesse bênçãos
eclesiásticas o que não foi conseguido, dado as polémicas entre laicos e
católicos.
No entanto, só em 1929, foram lançados à água
os primeiros quatro barcos, junto da Quinta da Vinha.
A sua actividade fundamental foi sempre o Remo,
mas dinamizou, também o Pólo Aquático e a Natação
Com o decorrer dos anos, alargou –se a outras modalidades como: o Basquetebol,
a Pesca Desportiva e o Ténis de Mesa.
No seu estaleiro, construiu-se um “Shell”,
talvez o primeiro a ser construído em Portugal.
Realizavam no rio Douro provas de Remo.
Em 25 de dezembro de 1960, o Clube inaugurou a sua Sede na Rua Dr.
Joaquim Manuel da Costa. Nessa década de sessenta o Clube Naval do Infante D.
Henrique afirmou no plano nacional, no remo. Posteriormente, consegue a construção do seu
complexo desportivo, em Gramido.
Ala
Nuno Álvares
A Ala insere-se no movimento de luta religiosa
que pretende revalorizar os valores cristãos, através da criação de centros católicos.
O primeiro, “Centro Católico Português”, organização de âmbito nacional,
pretendia defender os direitos da Igreja na cena política. (CLEMENTE, Manuel, Dicionário de História
Religiosa de Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, vol. J-P, p. 111) Na
verdade, fundado em 1917, em Braga, preconizava medidas no “terreno religioso”,
mas também no terreno político-social” ( Manuel Braga da CRUZ, Partidos
Políticos confessionais, Dicionário de História Religiosa de Portugal, Círculo
de Leitores, vol. J-P, p. 382) Candidatou-se às eleições e elegeu sempre
deputados. Em 1918, funda-se a Cruzada Nun´Álvares. Em 1919, concorre pelo
Centro Católico, António de Oliveira Salazar.
Nesta linha de ideias existiu, em Gondomar, um
Centro Católico, ao qual já nos referimos. Dando continuidade a esta cruzada,
um grupo de jovens aos quais se junta o Padre Vitorino Caetano Pereira funda,
em 30/09/1923, a Ala dos Legionários de Nun´Álvares de Gondomar”, tendo como
padroeira a Imaculada Conceição sob proposta do pároco da altura, Padre Crispim
Gomes Leite e exemplo, o do próprio Nuno Álvares Pereira. A sede desta
agremiação foi construída no largo do Souto (posteriormente Praça da
República).
Paralelamente dinamizou secções de desporto, ginástica,
grupos corais, teatro e música. (NEVES,
António Ramos, Caminhando, nº 15, Março 1993, Do Alto do Monte Crasto, p 4.)
Em 1924 foi criado o Grupo Coral e em 1926 o
TANAG - Teatro Amador da Ala de Nun’ Álvares de Gondomar.
Em 1943 o clube introduziu o voleibol masculino em Gondomar e em 1965 o feminino,
tornando-se numa referência nacional.
Em 1978, num campo no Monte Crasto, iniciou a sua secção de Ténis, até 1984. Nessa
altura, passou a dispor de instalações
próprias.
Na modalidade de ténis de mesa , esteve esteve
representada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, através da sua atleta Shao Jieni.
Em Valbom, em 1924 é fundado o “Grupo de Nun´ Álvares de Valbom”, imbuído
do espírito do anterior.
Tem a sua origem no Grupo dos Jovens Católicos
Valboenses Nun´Álvares Pereira, da iniciativa do padre Joaquim Nunes Barroso.
No entanto, segundo o Legionário de 25 de
Julho de 1925, pretendendo comemorar o seu 1º aniversário e para isso tendo
alugado o espaço da Escola Dramática, foi dado a conhecer ao seu presidente, um
ofício do Grupo Radical do Porto “que dizia que se ia realizar uma festa
reaccionária”, o que levou o doutor delegado a enviar outro ofício ao regedor
da freguesia a fim de acautelar distúrbios. No entanto, o grupo de Nun´Álvares
acaba por prescindir dos oradores e resumir a festa ao elogio do Mestre
Nun´Álvares, à representação de duas peças de teatro “ O Advogado da Honra” e
da comédia “ Que amigos”, bem como à actuação da Tuna dos Caminhos de Ferro de
Portugal.
No entanto, já tinha existido várias
associações:
Círculo
Católico de Operários – fundado a 2 de Janeiro de 1910, em casa do
coadjutor do pároco. Tinha escola que funcionava das 7 às 9 horas. Possuía,
também um grupo dramático. Terminou com a proclamação da República. (FIGUEIRAS, Paulo Passos, S. Veríssimo de
Valbom, subsídios para uma monografia, C.S.C. P. V. , 1998)
Juventude
Católica
Partiu da reunião de um grupo de católicos no
Lugar de Lamas, na Quinta das Ruas, em 1914.
Tinha um grupo dramático e escola. Temendo um assalto, arrolaram os
bens e cessaram o contrato de arrendamento.
Círculo
Católico de Valbom, formado em
Lamas, em 1914, onde antes funcionou o Clube 31 de Janeiro. Substituiu o
anterior. Tinha escola e ministrava catequese. Por vezes existia pancadaria
entre os alunos do Centro Pádua Correia e os associados do Círculo. ( A. B. M. P.,
Aurora de Gondomar, nº 109, 1.8.1914)
No final de 1915, o Governador Civil mandou
fechar todas as juventudes católicas
A provar a existência de duas sensibilidades, em
1916 é fundado o Centro de Instrução e
Recreio , a 27 de Janeiro de 1916, no lugar da Culmieira que é destruído em
1919.
Na verdade, Gondomar, neste período, possuía
um grande dinamismo associativo de todos os quadrantes.
Existia, ainda:
O Centro de Instrução e Recreio Seixoense, de Fânzeres – fundado em 1926 que possuía uma escola nocturna; o Clube dos Caçadores de Fânzeres;
o Clube dos Caçadores de Gondomar ,
fundado em 1915.Tentou ligar-se ao Clube Gondomarense que declinou o
convite. Quando conseguiu sede própria, na Praça Manuel Guedes, dotou-se de
sala de leitura e jogos; o Grupo
Dramático Honra e Glória Gondomarense; a Companhia
Dramática Estrelas de Fânzeres, no
lugar da Carvalha, fundada
em 1921, que chegou a ter teatro; o Grupo
Dramático Benemérito Valboense; o Grupo Dramático e Recreio da Mocidade Valboense; o Gabinete Recreativo Camilo Castelo Branco, em
Valbom, a
Assembleia de Rio Tinto, fundada
em 1921, que chegou a dinamizar uma brilhante festa em benefício do Dispensário
para crianças de Rio Tinto.
Em Rio Tinto, no início do século houve o Ideal Cinema. Em 1926, quando é
beneficiado pela luz eléctrica, torna-se muito frequentado.
Ainda no século XIX, funcionou um teatro no
Largo de Quintã, (hoje Praça Manuel Guedes), no sítio da antiga residência do
Dr. Silvestre Cardoso (actual Farmácia). Intitulava-se Teatro Almeida Garrett.
Posteriormente, em casa do Sr. José Alves Garrido, um grupo de rapazes organizou
o Teatro
Recreio Familiar, que teve pouca duração.
O teatro amador surge um pouco por todo o lado. Começa a ganhar
tradição em S. Pedro da Cova, onde se geram verdadeiras famílias de artistas.
O
Grupo Columbófilo de Valbom
foi fundado em 1922, na Rua Joaquim Manuel
da Costa. Hoje localiza-se na Rua Fonte do Vale.
Os agrupamentos musicais tiveram, também,
grande relevo, uma vez que todas as festas incluíam a música. É o caso de:
Banda de Música do Monteiro
Damião
Monteiro foi um aluno destacado do Padre João Ramos das Neves, conhecido por
Padre João da Torre, organista, que em 1850, criou um terceto para animar as
festividades religiosas. Manuel Ramos de França, do Lugar do Paço, freguesia da
S. Cosme, com outros elementos juntou-se ao grupo de alunos existentes e a
expensas próprias, comprou os instrumentos necessários à formação de um
agrupamento musical. Este, que no primeiro concerto realizado no Monte Crasto,
em Abril de 1863, se designa Banda Monteiro, teve como regente Damião Monteiro
que, apesar dos seus 17 anos, demonstrou grande competência.
Em 1907, Damião entrega a banda ao filho mais
velho Domingos Monteiro, que além de maestro se revelou um interessante compositor.
A banda
ficou na família Monteiro até 1973.
Todavia outras
bandas de música se constituíram: uma delas tinha a regência de Damião Lopes e
outra de Camilo Duarte Lopes. Em Valbom, os Cestas e os Quelhas constituíram,
também uma banda de música.
José de Castro
Gandra, com elementos da Banda do Monteiro organizou com Camilo de Oliveira
Aguiar, a Banda de S. Pedro da Cova à qual o seu filho deu continuidade. Em 1925, no
lugar da Igreja, fundou-se a Tuna Musical “União de Fânzeres”.
O
Desporto começa a dar os primeiros passos e fundam-se associações desportivas
como:
- Onze Trevos Valboenses;
Sporting Clube Valboense e Oriente Sporting Clube ( A. B.P. M. P., A Voz de Gondomar, nº 10, 20
.10. 1925)
Em Gondomar havia o Campo Alves Pimenta, junto ao Souto, um em Rio Tinto e ainda outro
na Arroteia, em Valbom.
O
Futbol Clube de Gondomar foi fundado em 1 de Maio de 1921 com fins de educação
física e desporto. Tinha a sua sede na Praça Manuel Guedes.
Em Rio Tinto, funda-se:
- Sport
Cub de Rio Tinto, em 1923. Em 1928, contava com 310 sócios. Tinha como fim
o estudo e prática de exercícios físicos e jogos ao ar livre, especialmente o
futebol. Também tinha fins beneficentes. A sua sede ficava na Ferraria ( à
Venda Nova).
Em S. Cosme foi fundada, em 1916 uma Corporação de Bombeiros – Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Gondomar.
A 15 de Setembro de 1913 reuniu-se um grupo na
sede do Clube dos Caçadores de Gondomar tendo à frente Serafim Rosas, Alexandre
Mendes Barbosa, Arnaldo Martins de Sousa, Manuel Marques e Manuel Pinto da
Silva entre outros. Pretendiam a constituição de um corpo de Salvação Pública e
aquisição do respectivo material para a extinção de incêndios.
A primeira casa localizar-se-ia no lugar de
Quintela. Mais tarde, já em 1932 começam a construir um Quartel, na Rua 5 de
Outubro (actual Clínica de Gondomar).
Mais tarde muda-se para o actual edifício.
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