Cartaz das Festas do Concelho de Gondomar, 2016, Boletim Municipal
Altar de Nossa Senhora do Rosário, na Igreja Matriz de S. Cosme
(foto Maria Gomes)
Imagem do séc XVI em pedra policromada da Escola de Coimbra
(pagela, ed.Confraria de S. Cosme e S. Damião e Nossa SEenhora do Rosário)
Andor de Nossa Senhora do Rosário
(foto Vitor Neves)
Vitral da Igreja Matriz de Gondomar com a Nossa Senhora do Rosário.
Decoração da Igreja.
(foto Vitor Neves)
A Festa de Nossa Senhora do
Rosário virá a transformar-se na principal da freguesia e até do concelho.
Ocorre no 1º Domingo de Outubro, comemorativo da Vitória de Lepanto contra os
Turcos, a 7 de Outubro de 1571, em nome de Deus e da Senhora, “pelas orações do
Santíssimo Rosário”, o que consta dos estatutos que darão origem à confraria, em 1728 – A.G. C.P. Estatutos da Confraria do
Rosário, cap. 5º - 1867. M.
108, 20.
A sua origem remonta à vontade de Gregório XII (1572-1585) que determina que todas as igrejas com Confraria do
Rosário festejem a Senhora, no primeiro domingo de Outubro.
Procissão de Nossa Senhora com as meninas com o vestido da "Comunhão Solene", década de 1950
Rua Oliveira Salazar, hoje 25 de Abril
(foto família Gomes)
Procissão de Nossa Senhora com as meninas das fitas, década de 1950
Rua Oliveira Salazar, hoje 25 de Abril
(foto família Gomes)
Procissão de Nossa Senhora entre a Rua 5 de Outubro e a então Rua Oliveira Salazar, hoje 25 de Abril.
(foto família Gomes)
A mesma procissão, no mesmo sítio, Rua 25 de Abril, nos anos 80 do século XX.
(foto família Gomes)
As festas iniciavam-se em
meados de Outubro com a procissão das velas, em honra de Nossa Senhora do Crasto
para o Souto e retorno ao Crasto. Inclui,
pelos menos no século XX, a festa dos padroeiros S. Cosme e S. Damião,
denominando-se: “Festa da Nossa Senhora do Rosário, de S. Cosme e S. Damião.”
Tem como ponto
alto o sábado do Rosário, no qual desfilam as bandas filarmónicas da Câmara ao
Souto, hoje, com paragem no Orfeão de Gondomar.
Banda em frente ao Orfeão de Gondomar, 2012, Rua 25 de Abril
(foto Vítor Neves)
À noite, é
costume comer regueifa com nozes e vinho.
A grande festa da Nossa
Senhora do Rosário iniciava-se, na alvorada de sábado, com girândolas de foguetes e repiques
de sinos, instalação de barracas com quinquilharias, assobios de barro e cavaquinhos
e mais variedades de brinquedos, café e outras bebidas, teatros de fantoches e animatógrafos,
quermeses, tômbolas, e outros divertimentos, como os Zés Pereira a tocar bombo.
No domingo, é o dia do Rosário Grande, grande em tudo, em gente, em divertimentos e na missa solene,
cantada por vários padres, e sermão por algum padre eminente, o que enchia a
igreja com gente que vinha de muitos locais para cumprir as suas promessas ou
apenas a sua devoção à Nossa Senhora do Rosário.
No século XIX, a
ela acorriam gentes das redondezas “em caleches, coupés e carroções e a pé.”(CP.09.10.1866)
Os forasteiros
faziam-se acompanhar de farnéis que comiam no Monte Crasto ou noutros locais.
No arraial,
havia longa fila de pipas de vinho, fritadeiras enormes de peixe, muitas
canastras de doces, jogos da fortuna, flores de papel de seda com versos
amorosos na haste e o despique das bandas de música, como a banda do Monteiro e
de Augusto Martins dos Reis e outras.
Nesta altura,
achava-se que “Cada romeiro faz a romaria bem feita, logo que cante e se dance
bem. Logo que se coma e beba melhor” (JP, 07.10.1861).
A ornamentação
da Igreja era esmerada. A Confraria da Nossa Senhora do Rosário não poupava no
abrilhantamento da festa. O trono do altar-mor era como ainda hoje descoberto e
especialmente decorado para a ocasião.
Trono eucarístico a descoberto e decorado de forma festiva, 2020
(Foto Vítor Neves)
Era habitual
estrear-se roupa nova, por ocasião da Senhora do Rosário e namorar à carreira,
ou seja, as raparigas colocavam-se em fila à espera que os rapazes lhes dirigissem-se
a palavra, sobretudo em verso, debaixo do olhar dos familiares um pouco
afastados. Alguns pares constituíam-se assim.
Na segunda
metade do século XX, o Souto enchia-se de barracas de divertimentos. Não podiam faltar os carrinhos
de choque, o poço da morte, o comboio fantasma, as cestas que animavam a
rapaziada mais nova.
Nesta altura,
existia o bar dos Bombeiros e o da Conferência de S. Vicente de Paula, nos
quais as pessoas conviviam, depois de terem comido numa das tascas do Souto ou à volta, o
caldo de nabos ou a regueifa com nozes e vinho.
Boletim Municipal, 2016
Muita gente não
dispensava os concertos das bandas no adro da Igreja, bem como o
magnífico fogo de artificio.
A atuação dos ranchos folclóricos, a partir da segunda metade do século XX, é também uma realidade.
Fogo de artifício
(fotos Sérgio Gomes)
Na segunda-
feira, feriado municipal, é o dia da procissão da Nossa Senhora do Rosário, na
qual tomavam e tomam parte as Confrarias da paróquia e desfilam os Santos
padroeiros S. Cosme e S. Damião e Nossa Senhora do Rosário bem como outros
de devoção na paróquia.
Procissão de N. Sr.ª do Rosário, 2017
(Foto Vítor Neves)
Andor de Procissão de N. Sr.ª do Rosário
(Foto Maria Gomes)
Pendão de N. Sr.ª do Rosário
(Foto Maria Gomes)
Andor de S. Damião
(Foto Maria Gomes)
Andor S. Cosme
(Foto Maria Gomes)
Pendão de S. Cosme e S. Damião
(Foto Maria Gomes)
Pendão de S. José
(Foto Maria Gomes)
Pendão de S. Miguel arcanjo
(Foto Maria Gomes)
Andor de S. Miguel
(Foto Maria Gomes)
Andor de Santo Elói, padroeiro dos ourives
(Foto Maria Gomes)
Pendão de Santo Elói
(Foto Maria Gomes)
Pendão de N. Srª das Dores
(Foto Maria Gomes)
(Foto Maria Gomes)
Andor de Nossa Senhora do Rosário a passar junto às portas do Monte Crasto. 2018
(Foto Câmara de Gondomar)
Também neste dia
é costume o despique de bandas filarmónicas que tocam de forma renhida, primeiro junto da Igreja, de posteriormente, quando foi construído o anfiteatro no Souto, no palco dessa infraestrutura, com mais comodidade para os espectadores.
A ouvir a banda
(Foto Câmara de Gondomar)
É também costume, o pessoal de Gondomar aproveitar
os divertimentos dos carrosséis, as farturas e nos últimos anos, antes da
pandemia, as tasquinhas, para se divertirem.´
Romaria do Rosário, no largo do Souto
( Foto Guimarães)
Matrecos na feira, 2018
(Foto Maria Gomes)
Aspeto geral da feira, no lugar da feira, 2018~
(Foto Maria Gomes)
Do alto das cestas
(Foto Maria Gomes)
Cestas
(Foto Maria Gomes)
Farturas, uma iguaria a não dispensar, nos últimos anos.
(Foto Maria Gomes)
Tasquinhas, Boletim Câmara de Gondomar, 2016
No
Domingo seguinte, já vem menos gente de fora do concelho, mas os divertimentos
continuam, é o dia do Rosário pequenino. Anda-se mais à vontade nos diversos
carrosséis e pode-se comprar objetos nas louceiras ou nos leiloeiros que nunca
cessam de perguntar: “quem dá mais?".
Com
o tempo, a Festa do Rosário foi-se transformando na Festa Municipal, e
intitulada também, Feira das Nozes, iniciada a 12/13 de Outubro com a procissão
das velas a nossa Senhora, do Crasto para o Souto, mais recentemente no início
de outubro com a “noite branca” e inúmeras realizações culturais e económicas.
A
Romaria do Rosário, tida como uma das grandes e última do ano, além de símbolo
religioso, importante pela veneração a Nossa Senhora do Rosário que, pode levar
os crentes a alcançar o céu, conta com o aspeto recreativo e cultural muito
dinamizado por esta altura. São inúmeras as exposições e concertos que animam a
vida concelhia e chamam forasteiros de outras paragens que visitam Gondomar e que contribuem para o seu desenvolvimento.
Decoração da Noite Branca
As
feiras de artesanato ou as feiras agrícolas e industriais, " Agrindústria", iniciadas em 1978, na Escola Preparatória Júlio Dinis, atraíram
gente de muito longe e dinamizaram a vida económica, precisamente integradas
nas festas do Concelho.
Foto Arquivo da Câmara Municipal de Gondomar)
Individualidades na Agrindústria
Foto Arquivo da Câmara Municipal de Gondomar)
Coleção particular
1ª
Festival de Folclore 1995
Arquivo Câmara de Gondomar
Concerto dos GNR
(Boletim Municipal de Gondomar, 2016)
Bibliografia:
Costa, Francisco Barbosa, Romaria de Nossa Senhora do Rosário em S. Cosme de Gondomar, Câmara Municipal de Gondomar, Confraria de Nossa Senhora do Rosário.
2ª Feira Agrícola e Industrial de Gondomar, 29 Set a 8 de outubro - Catálogo geral oficial
Estatutos da Confraria do Rosário, cap. 5º - 1867. M. 108, 20.
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