As
WebQuests Como Estratégia de
Ensino-Aprendizagem
©
António Álvaro Martins
11
de Abril de 2008
1
- O Que são WebQuests?
WebQuests (WQ) são actividades contextualizadas e motivadoras, disponibilizadas na WEB, propostas por professores para serem resolvidas colaborativamente pelos alunos. WebQuests (WQ) são actividades contextualizadas e motivadoras, disponibilizadas na WEB,
2
- Quando Surgiram?
As
WQ surgiram em 1995 no âmbito das actividades da disciplina "EDTC 596 –
Interdisciplinary
Teaching
With Technology" e são um conceito criado por Bernard Dodge e Tom March.
Foram
concebidas tendo como objectivo levar os professores a criar recursos
educativos recorrendo
à
tecnologia e a tirar partido da informação existente on-line.
As
WebQuests têm sofrido uma evolução que se reflecte sobretudo em dois aspectos,
nomeadamente:
na nomenclatura das suas componentes e nas orientações sobre como conceber
e
avaliar a tarefa e como estruturar o processo.
3
– A implementação da WebQuest
A
WebQuest tem vindo a ser integrada na formação inicial e contínua, o que
constitui uma mais valia na formação de um professor, dado implicar, para além
de dominar determinado assunto ou temática, a combinação de três vertentes:
a)
pesquisa de recursos:
a
pesquisa on-line, que tem também subjacente a avaliação e selecção da
informação;
b)
repensar a aprendizagem como construção e como pensamento de nível elevado:
perspectivar
a aprendizagem como um desafio – a tarefa - que implica a capacidade de análise
e síntese, de colaboração entre os elementos do grupo, de gestão da
aprendizagem, de tomada de decisão e de criatividade na solução a apresentar;
c)
utilizar a tecnologia:
a
WebQuest, depois de estruturada, tem que ser implementada e disponibilizada
on-line. Durante a fase de implementação é necessário que sejam respeitados os
princípios de usabilidade, de forma a que o produto final seja agradável para
os seus destinatários e fácil de navegar.
4
– As componentes de uma WebQuest
Actualmente
uma WQ é composta por 5 partes:
I
- Introdução.
II
- Tarefas.
III - Processo (que inclui os
Recursos ou Fontes).
IV - Avaliação.
V - Conclusão.
4
– As componentes de uma WebQuest
A
Introdução
A
introdução cria o ambiente e contextualiza a temática.
Deve
ser motivadora (temática e cognitiva) e desafiante para os alunos,
aguçando-lhes a curiosidade...
A
Tarefa
A
tarefa deve ser executável e interessante. Consiste na explicação aos alunos,
de forma detalhada, da(s) tarefa(s) a realizar e deve indicar o que os alunos
vão apresentar como produto ou desempenho final.
Dodge
propõe 12 tipos possíveis, mas não exclusivos, de tarefas a desenvolver.
É
muito importante ter em atenção o nível cognitivo da tarefa: a sua exigência, o
grau de dificuldade.
A
formulação da tarefa é a essência da WebQuest. As etapas para a conseguir são
apresentadas no processo.
4
– As componentes de uma WebQuest (Cont.)
O
Processo
O
processo deve apresentar claramente as etapas a seguir, as fontes a consultar e
as ferramentas para organizar a informação. Devem ser dadas aos alunos
orientações claras e pormenorizadas para a realização das tarefas.
Estes
têm que perceber muito bem o que vão realizar.
A
integração dos recursos no processo facilita o trabalho a ser desenvolvido pelo
aluno, dado que este não precisa de ir para outra página consultá-los. Os
recursos devem estar disponíveis na Web e é muito importante ter em conta a sua
qualidade e quantidade, para evitar desperdício de tempo e desvio de interesse por parte dos alunos.
A
Avaliação
A
avaliação deve explicar aos alunos de que modo a avaliação será efectuada (os
indicadores qualitativos e quantitativos) e especificar bem os critérios para o
desempenho e para o conteúdo (produto final).
É
igualmente importante especificar se há uma avaliação para o grupo e/ou outra
individual.
4
– As componentes de uma WebQuest (Cont.)
A
Conclusão
A
conclusão resume o que os alunos alcançaram ou aprenderam e deve também colocar
algumas questões retóricas ou encorajá-los para outras temáticas, destacando as
vantagens da realização do trabalho.
Também
se poderão deixar indicações para novas pesquisas, colocar uma pergunta, um
problema por resolver, envolver os Enc. de Educação, etc...
5
– Duração de uma WebQuest
A
duração de uma WQ deve ter em conta:
-
A complexidade do trabalho a realizar.
-
A faixa etária dos alunos.
Basicamente
divide-se em dois tipos de duração:
-
Curta Duração (entre uma a três aulas e centra-se na aquisição e integração do
conhecimento).
-
Longa Duração (entre uma semana a um mês e tem por objectivo alargar e refinar
o conhecimento).
Conselho:
-
Começar por realizar WQ de curta duração e depois evoluir para as de longa
duração.
6
– Avaliação/Aferição das WebQuests
A
avaliação da WQ é qualitativa e quantitativa e abrange as seguintes categorias:
- A estética geral.
- Introdução.
- Tarefa.
- Processo
- Recursos
- Avaliação.
Cada
uma das categorias contém ainda itens próprios que permitem concretizar melhor
a avaliação.
Cada
categoria é sempre avaliada em 3 momentos:
- Fase inicial do processo.
- Em desenvolvimento.
- WQ terminada.
Todo
este processo está organizado em grelha síntese e antes da WQ ser
disponibilizada aos alunos, deve ser previamente avaliada.
7
– Exemplo de uma WebQuest
11
– Opinião dos alunos
No
final da WQ “À Descoberta do 25 de Abril” os alunos foram submetidos a um
questionário que pretendia saber a sua opinião sobre este tipo de instrumento
nas práticas lectivas.
A
análise dos dados desse questionário de opinião aponta para resultados que
revelam que os alunos ficaram satisfeitos com:
- a aplicação da WQ;
compreenderam bem as Tarefas, o Processo, a
Avaliação e a Navegação;
também consideraram que o número de sessões e
sites disponibilizados foi o suficiente para a aplicação da WQ;
gostaram da aprendizagem através da WQ;
preferem aulas com WQ às aulas normais;
gostariam que as aulas das outras disciplinas
também fizessem uso das WQ.
14
– A WebQuest na Formação
A
formação inicial e contínua de professores tem um papel preponderante na
introdução de novos conteúdos e na sensibilização para novas abordagens a serem
integradas nas aulas e consideradas na investigação.
A
construção da WebQuest torna-se útil na formação inicial e contínua de
professores, por tudo o que a sua construção implica.
Por
outro lado, ajuda os futuros professores e professores a repensar a
aprendizagem e os princípios pedagógicos a implementar para orientar os
destinatários pelas diferentes etapas até à solução da tarefa.
Além
disso, a WebQuest também é exigente sobre a descrição da avaliação a ser
realizada, devendo ser explicitados os parâmetros a considerar no desempenho
individual e/ou do grupo e no produto final.
Por
fim, é necessário algum conhecimento na área da tecnologia para implementar e
disponibilizar a WebQuest on-line.
14
– A WebQuest na Formação (Cont.)
No
nosso país a WebQuest é abordada em muitos dos estabelecimentos do Ensino
Superior, dos Centros de Competência e dos Centros de Formação, surgindo
integrada na formação inicial e contínua.
A
WebQuest não é uma solução para todos os problemas de ensino, mas pode ser
facilitadora da mudança, dado que coloca os professores, como referem Costa e
Carvalho (2006: 23):
“perante
desafios decorrentes sobretudo da necessidade de exploração do potencial
pedagógico da Internet, lhes permite usar novos recursos e equacionar novas
formas de trabalho, com o que isso pode implicar em termos de questionamento e
reestruturação das suas concepções e práticas educativas actuais”.
Nunca
é demais recordar que o grande segredo da WebQuest depende da temática, da
tarefa e da orientação no processo.
A
tarefa deve envolver os alunos em questões complexas que os obriguem a ir para
além da informação disponibilizada. Só, deste modo, teremos verdadeiras
WebQuests que fomentem o pensamento crítico e o pensamento de nível avançado.
15
– Referências
Carvalho,
A. A. (2002b). WebQuest: um Desafio para Professores e para Alunos. Elo, 10,
142-150.
Carvalho,
A. A. (2003). WebQuest: um desafio para professores. In Albano Estrela &
Júlia Ferreira
(orgs),
XII Colóquio da AFIRSE/AIPELF: A Formação de Professores à Luz da Investigação.
Lisboa:
AFIRSE,
vol. II, 732-740.
Carvalho,
A. A. (2005). WebQuests na formação inicial e contínua de professores. José
Carlos
Morgado
& Mª Palmira Alves (orgs). Actas do Colóquio sobre Formação de professores:
Mudanças
educativas
e curriculares… e os Educadores/Professores. Braga: CIED, Universidade do
Minho, 93-113.
Costa,
F. & Carvalho, A. A. (2006). WebQuests: Oportunidades para Professores e
Alunos. In A. A.
Carvalho
(org), Encontro sobre WebQuest. Braga: CiEd, Universidade do Minho, 8-25
Dodge, B. (1995). Some Thoughts
about WebQuests.
Dodge, B. (1997). Building Blocks
of a WebQuest (1ª versão) Disponível em
http://web.archive.org/web/20000817065629/edweb.sdsu.edu/people/bdodge/
webquest/buildingblocks.html
Dodge, B. (1999b). Process
Checklist. Disponível em
Dodge, B. (1999b). Fine Points
Checklist. Disponível em
As WebQuests Como
Estratégia de Ensino-Aprendizagem
© António Álvaro
Martins
11 de Abril de 2008
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